Em entrevista concedida recentemente ao portal “ge.globo”, Romário abriu o jogo sobre episódios marcantes de sua trajetória no futebol. O ex-atacante da seleção brasileira falou sobre desentendimentos antigos, apontou críticas à CBF e ainda comentou sobre a fase atual da equipe nacional, que estreia nesta quarta-feira (05 de junho) nas Eliminatórias sob o comando de Carlo Ancelotti, diante do Equador.
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Ao recordar sua passagem pela seleção brasileira, Romário revelou que houve situações de “trairagem” entre jogadores, especialmente quando atuavam na mesma posição. O Baixinho destacou que Müller, seu companheiro de elenco nas Copas de 1990 e 1994, não desejava sua convocação para o Mundial da Itália. “Trairagem tem. Pelo menos tinha na minha época. Principalmente se for um cara que é da sua posição e existe probabilidade de você ficar no banco para aquele cara”, afirmou.

Aliás, Romário também comentou sobre a possibilidade de reconciliação com Edmundo, com quem teve uma relação turbulenta ao longo dos anos. Embora tenham protagonizado momentos de grande entrosamento em campo por clubes como Vasco, Flamengo e Fluminense, os dois romperam relações por um longo período. Ainda assim, o ex-jogador não descartou uma reaproximação. “Existe uma possibilidade, independentemente de vir ao programa ou não, de se cruzar um dia e voltar a falar”, declarou.
O atual senador aproveitou para citar outras reconciliações já feitas. “Aqueles que eu consegui resolver, eu resolvi. Com Vanderlei, Zico…”, pontuou, sugerindo que a maturidade e o tempo o levaram a reconsiderar velhas desavenças. Em tom descontraído, lembrou também de um episódio de 1995, quando agrediu o zagueiro Zandoná, do Vélez Sarsfield, em defesa de Edmundo: “Comprei o barulho dele, daquele otário. Dei-lhe uma voadora…”.
Sobre o comando da seleção brasileira nos últimos ciclos, Romário foi direto ao criticar a continuidade de Tite após a eliminação para a Bélgica, nas quartas de final da Copa do Mundo de 2018. Para ele, o ciclo deveria ter se encerrado naquele momento. “Na minha opinião já tinha que ter mudado o ciclo ali”, avaliou o ex-camisa 11, que vê a escolha como um erro de planejamento por parte da Confederação Brasileira de Futebol.
Por fim, o tetracampeão mundial demonstrou preocupação com o desempenho atual da seleção. Conforme suas palavras, o Brasil está distante de apresentar um futebol capaz de empolgar os torcedores ou gerar respeito nos adversários. “Nós estamos muito longe de um futebol convincente”, disse. “Talvez o Brasil nunca mais vá dar medo”, completou, sinalizando um cenário em que a equipe deixou de ser temida internacionalmente.