Flamengo toma decisão final sobre ação contra jornalista e ESPN

Escudo do Flamengo no gramado do Maracanã (Foto: Reprodução)

O Flamengo decidiu encerrar o processo judicial movido contra o comentarista Gian Oddi e a emissora ESPN, após mais de quatro anos de disputa nos tribunais. A ação foi iniciada em março de 2020, após declarações críticas feitas por Oddi a respeito da postura do clube durante o início da pandemia de Covid-19.

Na ocasião, o comentarista reprovou a tentativa do Flamengo de manter o Campeonato Carioca em andamento, mesmo diante do agravamento da crise sanitária. “Nada justifica a postura desses dirigentes… É uma diretoria desumana, que pensa em dinheiro”, afirmou Oddi durante participação no programa Linha de Passe, da ESPN.

A ação por danos morais foi movida pelo então presidente Rodolfo Landim, pelo ex-vice jurídico Rodrigo Dunshee de Abranches e pelo próprio clube. Em primeira instância, os autores venceram e a indenização foi fixada em R$ 45 mil. Entretanto, a decisão foi revertida em segunda instância no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que entendeu não haver razão para condenação.

Após a derrota, os envolvidos recorreram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde o caso ficou sob relatoria do ministro Antônio Carlos Ferreira. Contudo, o atual presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, decidiu retirar oficialmente a ação ao assumir o comando do clube em janeiro deste ano.

Mesmo com o pedido de arquivamento do Flamengo, Landim e Dunshee tentaram dar continuidade à causa. A tentativa, porém, foi abandonada no fim de maio, encerrando de vez o processo contra o jornalista e a emissora.

Gian Oddi, por sua vez, se pronunciou sobre o encerramento do caso. Em nota, lamentou a postura da antiga diretoria do clube, especialmente a de Landim. “A ameaça jurídica em casos do gênero serve apenas para saciar a turba dos torcedores mais ignorantes e despertar seu lado mais abjeto”, declarou o comentarista.

A decisão de não seguir com a ação marca uma mudança de conduta da atual gestão do Flamengo. Embora o episódio tenha começado há mais de quatro anos, ele segue como um exemplo dos reflexos de posturas tomadas por dirigentes em momentos de crise, sobretudo quando colocam em xeque a responsabilidade social de entidades esportivas de grande porte.