A Prefeitura do Rio de Janeiro reiterou oficialmente, nesta segunda-feira (21), que assumirá a responsabilidade pela remoção dos dutos subterrâneos localizados no terreno do Gasômetro, zona destinada ao projeto de estádio do Flamengo. A declaração foi feita pelo prefeito Eduardo Paes nas redes sociais, enfatizando que a área já pertence ao clube carioca.
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“A prefeitura do Rio continua afirmando que se responsabiliza pela retirada dos dutos. Está tudo certo. O terreno já é do Flamengo. Quem decide o que fazer é o Flamengo. Apoiaremos qualquer decisão”.
Conforme relatado, a intervenção exigirá a realocação de uma infraestrutura operada pela CEG e CEG-Rio, controladas pela multinacional Naturgy. O custo estimado para esse deslocamento é de aproximadamente R$ 100 milhões.
Histórico e posse do terreno
O espaço em questão foi arrematado em leilão pelo Flamengo há cerca de um ano, ao custo de R$ 138.195.000,00. A aquisição ocorreu ainda sob a presidência de Rodolfo Landim, e a meta inicial previa a conclusão da arena até 2029.
No entanto, a chegada de Luiz Eduardo Baptista (Bap) à presidência, após as eleições de dezembro, alterou os rumos do planejamento. A nova gestão apontou desequilíbrios financeiros deixados pela administração anterior e classificou como “impossível” a entrega da obra dentro do prazo original.
Estudos técnicos e análise ambiental
Desde abril, três empresas especializadas foram contratadas pelo clube para conduzir avaliações sobre a viabilidade da obra. A Aecom lidera o estudo de contaminação do solo, com foco na investigação ambiental e estratégias de remediação.
A Soloteste ficou encarregada da análise geotécnica, responsável por subsidiar os cálculos estruturais e as estimativas das fundações. Já a JDS realiza o levantamento topográfico, que inclui interferências físicas e possíveis compensações ambientais exigidas por órgãos públicos.
Os trabalhos são coordenados pela Arena Events + Venues, empresa responsável pelo projeto arquitetônico básico da nova arena.
Divergência interna no clube
A condução do projeto, entretanto, tem gerado críticas internas. Diogo Lemos, ex-vice-presidente de gabinete de Landim e atual membro do Conselho Deliberativo, acusou a atual diretoria de agir contrariamente à construção do estádio.
Segundo ele, parte da gestão “planta notícia falsa, usa assessor extraoficial e milícia digital pra criar narrativas mentirosas”. Ele complementou: “Assume que sempre foi contra, que não vai fazer e para de arrumar desculpas. Quem foi eleito tem prerrogativa pra isso”.
Posição institucional
Apesar das divergências, o governo municipal mantém sua postura de apoio irrestrito à decisão do clube. Em postagens, Paes reafirmou que “quem decide é o Flamengo” e que a administração pública executará a retirada da infraestrutura necessária no local.