Ao ser procurado pelo Flamengo, Saúl Ñíguez não hesitou. Embora tivesse um acordo avançado com o Trabzonspor e outras propostas de clubes da Espanha e de diferentes mercados europeus, o meio-campista espanhol decidiu mudar o rumo da carreira.
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Segundo ele, o fator decisivo foi o tamanho do clube carioca. “Quando te chama um clube como o Flamengo, você tem que ir. Não se pode rejeitar”, declarou ao explicar o fim repentino das conversas com o futebol turco.
De acordo com o próprio jogador, a decisão foi tomada com base em um consenso familiar. A oportunidade de viver no Rio de Janeiro também pesou. “Creio que é uma decisão tomada em conjunto com a minha família. Será muito importante que eles consigam se adaptar à cidade”, completou.
Saúl, de 30 anos, demonstrou entusiasmo com a nova fase ao desembarcar na capital fluminense, onde assinou contrato de três anos com o Rubro-Negro.
Relação com treinador influenciou escolha
A conexão construída com Filipe Luís ao longo de anos no Atlético de Madrid foi determinante. Os dois atuaram juntos em 143 partidas, conquistando troféus como a Liga Europa e a Supercopa da UEFA. Saúl afirmou que, mesmo antes de o ex-lateral assumir o comando técnico, já ouvia relatos empolgados sobre o Flamengo.
“Apesar da distância, sempre lhe escrevia, me alegrava de seus sucessos”, recordou.
O reencontro com Filipe, agora como treinador, foi um atrativo especial para o espanhol, que também voltará a dividir o ambiente com Jorginho. Campeões mundiais pelo Chelsea em 2021, os dois se reencontram agora com a expectativa de repetir os bons momentos, dessa vez com a camisa rubro-negra.
Estrutura do Ninho do Urubu supera padrões europeus
Ainda no primeiro dia de atividades no Rio de Janeiro, Saúl foi apresentado às instalações do Ninho do Urubu. A estrutura surpreendeu o novo reforço, que fez comparações diretas com centros de treinamento da Europa. “Se vê em todos os detalhes que o clube é gigante, muito grande”, relatou.
Ele ainda destacou os equipamentos de alto padrão disponíveis na academia do CT e afirmou que essas ferramentas “permitem extrair o melhor rendimento dos jogadores”.
Ao ser questionado sobre os clubes por onde passou, não titubeou ao classificar o Flamengo acima de dois gigantes espanhóis.
“O do Atlético é muito diferente. É um clube mais humilde em termos de ter essas ferramentas […] Se tivesse que comparar, seria mais com as instalações do Chelsea”, destacou. A mesma avaliação foi feita à Flamengo TV e repetida em entrevistas a outros veículos brasileiros.
Adaptação à cidade e contato com a torcida
No dia seguinte à sua chegada, o meio-campista aproveitou para passear pela orla com a família. O que mais chamou sua atenção foi a quantidade de pessoas vestindo camisas do Flamengo nas ruas.
“Vi gente com a camiseta do Flamengo, depois com a branca, depois com a de outros anos”, relatou, reforçando o impacto da identificação da torcida com o clube.
No aeroporto, também foi recepcionado por torcedores, entre eles o já conhecido personagem Chapolin. Questionado sobre assédio nas ruas, respondeu com bom humor: “Às seis da manhã não havia muita gente, então não foram muitas [as fotos]”.
Perfil dentro de campo e compromisso com o grupo
Ao falar sobre estilo de jogo, Saúl ressaltou sua entrega coletiva, versatilidade e capacidade de atuar em diferentes funções. “Sou um jogador com muito recorrido, muito trabalho, e tento que todo o meu trabalho seja ao serviço do time”, explicou.
Em tom modesto, afirmou que prioriza o rendimento da equipe acima de metas individuais como gols ou assistências.
Com experiência acumulada em torneios como Champions League, Copa do Rei e La Liga, o espanhol minimizou os efeitos do calendário apertado no Brasil. “Estou acostumado desde os 17 anos a jogar todos os três dias. Isso não é um problema para mim”, afirmou ao ser perguntado sobre a maratona de partidas que enfrentará no Rubro-Negro.
Esforço pela adaptação cultural
Embora ainda se comunique em espanhol, Saúl demonstrou interesse em aprender o idioma local o quanto antes. Pretende contratar um professor particular para acelerar o processo. Com simpatia, revelou já ter escolhido uma palavra favorita no português:
“Tem uma que me faz gostar, que sempre se diz, é ‘beleza’, não? […] Não sei o que significa, mas acho que é como vale!”.
Esse desejo de imersão na cultura brasileira reforça o comprometimento do atleta com sua nova trajetória no futebol sul-americano, onde deve estrear neste domingo (27), às 20h30 (horário de Brasília), diante do Atlético-MG.