A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu um passo importante rumo à modernização da gestão financeira dos clubes do país. A entidade formalizou a criação de um grupo de trabalho dedicado à formulação do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF), estrutura que deverá nortear o chamado fair play financeiro no futebol nacional. O projeto tem como meta estabelecer normas que favoreçam a governança e o equilíbrio nas contas das equipes, promovendo maior estabilidade no setor.
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A iniciativa, oficializada por portaria assinada pelo presidente Samir Xaud, contou com a adesão de 32 clubes e oito federações estaduais. A primeira reunião está agendada para ocorrer na sede da CBF, no Rio de Janeiro, na segunda-feira (11 de agosto), às 10 horas (horário de Brasília). A expectativa é que a versão final do regulamento seja apresentada até terça-feira (11 de novembro).

O processo de construção das diretrizes envolverá também especialistas de diferentes áreas. Nomes como Pedro Daniel (consultor da Ernst & Young), o economista Cesar Grafietti, o advogado Pedro Trengrouse e Alexandre Cordeiro (presidente do Cade) farão parte do desenvolvimento do SSF. A advogada Maria Daniela Borçatto, representante da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), também compõe o time técnico.
O grupo inclui representantes dos principais clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Entre eles estão Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Grêmio, Atlético-MG, Cruzeiro, Botafogo, Fluminense, Internacional, Santos e Vasco, além de equipes como Fortaleza, Bahia, Juventude, Chapecoense, Sport, Vitória, Goiás, Paysandu e Remo. A composição foi definida a fim de garantir diversidade geográfica e de perfis institucionais.
Federações de estados como Alagoas, Amapá, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e Sergipe também participam da formulação do novo sistema. Conforme a CBF, o objetivo é assegurar que o projeto contemple diferentes realidades regionais do futebol brasileiro.
Samir Xaud, que assumiu o comando da CBF com mandato até 2029, reforçou que o fair play financeiro foi uma das promessas de sua campanha. Segundo ele, trata-se de um avanço necessário para alinhar o futebol brasileiro a padrões de gestão adotados em outras grandes ligas.
“A assinatura desse documento reafirma o compromisso com a sustentabilidade do futebol nacional e a seriedade com que tratamos o futuro dos nossos clubes”, declarou o presidente da CBF.
O plano apresentado ainda em junho contempla a colaboração ativa de clubes e entidades do setor. A proposta inclui o desenvolvimento de normas voltadas à transparência, ao controle de dívidas e à responsabilidade fiscal, visando evitar desequilíbrios financeiros que comprometam a competitividade e a sobrevivência das instituições esportivas.