O Superior Tribunal de Justiça Desportiva finalizou o relatório do inquérito envolvendo Bruno Henrique e analisa, agora, a possibilidade de denunciar o jogador do Flamengo por fraude esportiva. A Procuradoria do tribunal tem até terça-feira (06 de agosto) para decidir se oferecerá denúncia formal, o que pode resultar em suspensão preventiva imediata.
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A medida ameaça diretamente a presença do atacante na partida de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, diante do Atlético-MG, marcada para o mesmo dia, às 19h (horário de Brasília).
O auditor Luis Veríssimo, presidente do STJD, será o responsável por decidir se haverá afastamento cautelar do atleta, conforme previsão do artigo 35 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Caso isso ocorra, Bruno Henrique ficará fora de ação até o julgamento ser concluído.
Denúncia aceita na esfera criminal
Paralelamente ao processo na esfera desportiva, o atacante tornou-se réu na Justiça do Distrito Federal. Na sexta-feira (25), o juiz Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª Vara Criminal de Brasília, aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).
Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, foram acusados de envolvimento em fraude durante partida contra o Santos, válida pelo segundo turno do Brasileirão de 2023, disputada no Estádio Mané Garrincha.
De acordo com a denúncia, Bruno teria forçado um cartão amarelo com o intuito de beneficiar apostadores que receberam informações privilegiadas do próprio irmão do jogador. As investigações apontam movimentações suspeitas em casas de apostas, como Betano, GaleraBet e KTO, com apostas concentradas em advertência ao camisa 27.
Clube acompanha situação e monitora impactos
No Flamengo, o clima é de atenção redobrada. A diretoria acompanha de perto o andamento do caso, mas evita manifestações públicas. A defesa do atleta já prepara recurso para tentar reverter a decisão judicial e impedir eventual punição cautelar.
Internamente, o clube trabalha com possíveis substitutos para o jogo da Copa do Brasil e considera reforços recentes, como Samuel Lino, recém-chegado do Atlético de Madrid.
Filipe Luís, integrante da comissão técnica, já testa alternativas para suprir a possível ausência de Bruno Henrique. Afinal, o momento é decisivo: além do confronto contra o Atlético-MG, o Flamengo também enfrenta o Ceará pelo Campeonato Brasileiro, competição na qual briga pela liderança.
Defesa mantém posição e busca arquivamento
A equipe jurídica do jogador contestou a denúncia e alega inconsistência nos elementos apresentados. Em nota, os advogados afirmaram:
“O Poder Judiciário rejeitou quase que a integralidade da denúncia formulada pelo Ministério Público. A parte que remanesce será prontamente esclarecida, de modo a ensejar o seu arquivamento”.
Caminho processual e possíveis punições
No campo disciplinar, caso a denúncia seja acolhida, Bruno Henrique poderá ser julgado com base no artigo 243 do CBJD, que trata de ações que prejudiquem deliberadamente a equipe defendida. A pena pode incluir suspensão de três a seis meses e multa.
Além disso, o STJD também tem a prerrogativa de aplicar suspensão preventiva antes do julgamento final, o que é avaliado como provável, diante do teor do relatório finalizado.
A procuradoria do tribunal, conforme apuração do jornal O Globo, considera robustos os indícios levantados e entende que o cenário já permite denúncia formal, especialmente diante da iminência de nova rodada da competição nacional.
