A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) promoveu uma alteração significativa no calendário do futebol nacional, afetando diretamente o planejamento de clubes envolvidos em mais de uma competição, como Flamengo e Palmeiras. A medida, anunciada no último sábado (23), antecipou a última rodada da Série A para o dia 7 de dezembro, comprimindo a reta final do Brasileirão e das demais competições continentais.
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Anteriormente eliminados da Copa do Brasil, os dois clubes contavam com semanas livres para treinos e recuperação física, já que estariam ausentes durante as datas reservadas para o mata-mata nacional. Contudo, com o novo formato, essas folgas foram eliminadas, já que os jogos do Brasileirão passarão a ocorrer nesses mesmos intervalos, restringindo o tempo de preparação das equipes.
No caso do Flamengo, que está na disputa da Libertadores e lidera o Campeonato Brasileiro, a mudança causou profundo descontentamento. O clube carioca havia projetado cinco semanas de preparação até o fim da temporada, mas com a reformulação, restará apenas um único intervalo livre até o encerramento das competições.
De acordo com bastidores relatados, o presidente da CBF, Samir Xaud, e o diretor de competições, Júlio Avelar, chegaram a consultar o Flamengo previamente, mas a resposta da diretoria rubro-negra foi contrária a qualquer mudança. Ainda assim, a entidade decidiu pela alteração.
A insatisfação não se restringe ao Rio de Janeiro. O Palmeiras também terá dificuldades similares, principalmente por seguir vivo na disputa continental. Ambas as equipes se veem obrigadas a rever a logística de viagens, treinos e recuperação, enfrentando uma sequência mais intensa de partidas até dezembro.
Por outro lado, a mudança pode favorecer o Cruzeiro, que já está fora da Libertadores e da Copa Sul-Americana. Dessa forma, o time mineiro terá semanas livres justamente quando seus adversários estarão envolvidos em compromissos internacionais, o que pode ser decisivo na luta pelo título do Campeonato Brasileiro.
O São Paulo, eliminado precocemente das copas e distante da liderança na liga, também perdeu as semanas livres, mas sem impacto direto em seus objetivos imediatos. Afinal, a equipe paulista não figura entre os principais candidatos ao título da Série A.
A justificativa da CBF para o ajuste é permitir que o campeão da Libertadores ou da Sul-Americana tenha tempo hábil para disputar o Intercontinental, programado para dezembro. Embora a proposta encontre alguma lógica esportiva, os impactos negativos sobre os clubes nacionais são inegáveis.
Diante do cenário, o episódio reforça o movimento de bastidores por uma liga independente, proposta liderada por clubes como o Flamengo. O objetivo é redefinir os critérios de organização do calendário e ampliar a autonomia dos times brasileiros sobre decisões que influenciam diretamente o desempenho esportivo e o planejamento financeiro ao longo da temporada.