O Atlético de Madrid marcou um ponto importante na carreira de Filipe Luís. Contratado em 2010, o lateral integrou uma equipe que logo seria moldada pela intensidade de Diego Simeone. Com a chegada do treinador argentino, em 2011, o clube viveu uma das fases mais vitoriosas de sua história, e Filipe se consolidou como peça central da defesa. O período foi fundamental para o desenvolvimento de sua mentalidade competitiva e de sua visão de jogo.
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Durante oito temporadas sob o comando de Simeone, o brasileiro conquistou títulos de peso, incluindo o Campeonato Espanhol de 2013-14, a Copa do Rei de 2012-13, duas Ligas Europa (2012 e 2018) e duas Supercopas da UEFA (2012 e 2018). Mesmo em sua breve passagem pelo Chelsea, onde levantou a Premier League e a Copa da Liga Inglesa em 2014-15, Filipe retornou ao Atlético para retomar o protagonismo defensivo. Ali, formou ao lado de Godín, Koke, Juanfran e Gabi o núcleo de uma equipe marcada por resiliência e consistência.
Não por acaso, Filipe sempre destacou a importância de Simeone em sua trajetória. O argentino, segundo ele, foi mais do que um técnico: tornou-se referência de vida e inspiração para o futuro fora dos gramados.
“Ele foi quem me fez querer ser treinador. Transformou minha vida, mudou meu pensamento e minha mentalidade. Me transformou em um campeão. Se ele foi capaz de fazer isso comigo, pensei: Preciso passar isso pra frente, preciso fazer isso por alguém.”
Quando assumiu o Flamengo como técnico, Filipe Luís carregou muito dessa herança. O estilo enérgico, disciplinado e defensivamente sólido foi associado de imediato ao “cholismo”, filosofia que valoriza organização e intensidade. Simeone chegou a aconselhá-lo publicamente a “copiar” seu estilo, evidenciando satisfação ao ver o ex-jogador trilhar caminho semelhante. O impacto dessa influência ficou evidente no discurso inicial e nas práticas de treino adotadas no clube carioca.
Entretanto, para quem conviveu de perto com Filipe no vestiário rubro-negro, as comparações com Simeone não são tão lineares. O atacante Samuel Lino, que marcou duas vezes e deu três assistências na goleada por 8 a 0 sobre o Vitória, foi questionado sobre semelhanças entre os dois treinadores.
“Não, nenhuma. Se for falar algo, você vê que o Filipe Luís tem essa questão de garra, que trouxe do Simeone, por passar tanto tempo lá. Mas, no restante, nenhuma. Nem na forma de trabalhar, no estilo de jogo. Nenhuma”.
Apesar da avaliação do atacante, a repercussão do trabalho de Filipe no Flamengo já atravessou fronteiras. Em junho, o jornal catalão Mundo Deportivo noticiou que o ex-lateral é visto pelo Atlético de Madrid como possível sucessor de Simeone. O argumento vai além da capacidade técnica: inclui a experiência de seis anos e meio ao lado do argentino e a influência direta recebida nesse período.