Mais reforços? Declaração de José Boto agita torcida do Flamengo

Entrevista coletiva de José Boto (Foto: Reprodução/FlaTV)

O Flamengo atravessa as últimas horas do mercado satisfeito com o que fez. Em uma janela recorde, o clube investiu R$ 277 milhões para atacar lacunas mapeadas em conjunto por departamento de futebol e comissão técnica, e fechou o ciclo com a percepção interna de missão cumprida — sem, no entanto, desligar o radar para eventuais oportunidades de ocasião até o fechamento.

A estratégia foi direta: repor as saídas de peças importantes e oferecer novas alternativas a Filipe Luís. Chegaram Saúl Ñíguez, sem custos após rescisão, Emerson Royal, comprado por 9 milhões de euros para substituir Wesley, Samuel Lino, adquirido por 22 milhões de euros e já alçado à condição de contratação mais cara da história rubro-negra, e Jorge Carrascal, meia de 12 milhões de euros para disputar minutos com Arrascaeta. O volante Jorginh foi integrado antes do Mundial de Clubes.

Em campo, as primeiras respostas têm sido animadoras. Saúl e Samuel Lino assumiram protagonismo imediato e somaram boas atuações como titulares. Emerson Royal e Carrascal, por sua vez, ainda ganharam poucos minutos desde a estreia, tendência natural em um elenco com forte concorrência.

Do outro lado do balcão, o clube destravou saídas de quem havia perdido espaço. Lorran seguiu para o Pisa, Matheus Gonçalves acertou com o Al-Ahli e Victor Hugo foi negociado com o Santos. No recorte da temporada, as vendas elevaram os cofres a outro patamar: só com Fabrício Bruno (Cruzeiro), Charly Alcaraz (Everton), Gerson (Zenit), Wesley (Roma) e o próprio Matheus Gonçalves, o Flamengo somou R$ 513,3 milhões em valores fixos e ainda pode embolsar cerca de R$ 50 milhões em metas.

A fotografia do elenco, hoje, agrada à comissão técnica. Filipe Luís se diz confortável com as opções e vê um grupo capaz de responder às exigências da reta final do ano. Na direção, José Boto fala em estabilidade: a tendência é não contratar mais, a menos que surja um negócio irresistível. A prioridade, portanto, migra para ajustes pontuais de saída.

“A janela está aberta ainda, até o dia 2 (de setembro), não temos nenhuma previsão de trazer mais ninguém, mas nunca se sabe porque o mercado é volátil, pode aparecer alguma oportunidade, um bom negócio. Mas, em princípio, está fechada. Até acho que não temos… em Portugal nós dizemos que água a mais mata a planta, e acho que temos água suficiente”, disse José Boto.

Alguns casos seguem no radar. Michael virou candidato a movimentação nestes derradeiros dias de janela. Juninho, centroavante contratado no começo do ano, teve propostas recusadas na metade da temporada com a promessa de ganhar mais espaço, mas ainda não emplacou sequência e, por vezes, sequer é relacionado. Na zaga, Cleiton tem vínculo até dezembro e, embora a renovação não esteja encaminhada, tende a permanecer agora por conta da escassez de alternativas: Léo Pereira e Léo Ortiz são os titulares, com Danilo e o jovem João Victor como opções imediatas.

No gol, a situação está equacionada para o curto prazo. Matheus Cunha assinou pré-contrato com o Cruzeiro e permanece até o fim da temporada. O Flamengo chegou a avaliar liberá-lo antes, mas recuou por não ter uma reposição pronta.

Com a janela em vias de fechar, o planejamento já projeta os próximos movimentos. Para 2026, o clube mira um goleiro, um centroavante com características distintas das de Pedro e um zagueiro canhoto. A ideia é manter a coerência do ciclo atual: investir com precisão, sem inflar o grupo, e aproveitar eventuais oportunidades de mercado — inclusive de atletas livres.