Ex-Flamengo faz revelação envolvendo saída de Cuéllar

Gustavo Cuéllar pelo Grêmio (Foto: Lucas Uebel/Grêmio)

Uma entrevista recente de Gustavo Cuéllar reaqueceu o debate sobre sua saída do Flamengo, em 2019, rumo ao Al Hilal. As declarações do volante ganharam repercussão e suscitaram reações públicas. O episódio voltou à pauta justamente pelo contraste entre a versão do colombiano e relatos de um ex-dirigente rubro-negro e de um jornalista que acompanharam o caso.

Na conversa com Duda Garbi, Cuéllar descreveu pressões para aceitar a transferência e relatou que a liberação dependia de sua participação contra o Internacional, pelas quartas de final da Libertadores. Segundo o jogador, a preferência era por uma proposta da Itália, mas o clube teria priorizado a oferta saudita.

“Os caras me falaram, se você não vai para a Arábia, não vai para nenhum lugar. Você vai ficar aqui. Além disso, eles não queriam que eu saísse. No momento, eu senti que os caras meio que abriram o coração e deixaram que eu decidisse. Então, eu falei, cara, eu quero ir para a Itália. E os caras falaram, Gustavo, se você continuar desse jeito assim, a gente vai te afastar, a gente vai tomar uma decisão. Você não vai para lá. E eu falei para eles, tomem a decisão que vocês queiram, mas eu quero sair. Os árabes aumentaram a proposta para mim e para o clube. Aí falei, então deixa a Itália e vamos aceitar a proposta. Porque acho que o ambiente para mim ficou muito ruim”.

As falas foram contestadas por um ex-dirigente ouvido pelo portal ‘MundoBola’. Ele afirmou que havia intenção de saída por parte do atleta e que o próprio volante condicionou sua atuação a uma negociação. Além disso, pontuou que o clube cobrou comprometimento no período decisivo da temporada.

“Cuéllar mentiu, está se fazendo de vítima aí. Na verdade, ele quis sair do Flamengo por dinheiro também, mas principalmente por um problema pessoal. E aí ele forçou a saída, falou que não ia jogar e tal”.

O jornalista Túlio Rodrigues também rebateu pontos centrais do relato do colombiano. De acordo com ele, o Bologna ofereceu € 8 milhões, € 500 mil a mais que o Al Hilal. Além disso, o afastamento ocorreu em 23 de agosto, a pedido do próprio atleta. Ainda conforme seus dados, Cuéllar jogou contra o Vasco e no duelo de ida diante do Inter.

Na sequência da transferência, o desempenho esportivo do Flamengo não foi afetado, conforme os registros da campanha de 2019. O time eliminou o Internacional e o Grêmio, este por 5 a 0 na semifinal, e conquistou a Libertadores diante do River Plate. No Brasileirão, sob Jorge Jesus, levantou a taça com a melhor campanha da história.

Cuéllar também relatou incômodo por não ter recebido medalha da Libertadores e citou o então vice de futebol Marcos Braz. No depoimento, ele comparou o tratamento recebido no Al Hilal ao ser campeão continental na Ásia no mesmo dia do título rubro-negro.

“Dos 14 jogos da Libertadores e joguei 10, pelas estatísticas da Libertadores eu também fui campeão, mas o Braz não me mandou a medalha porque estava com birra. Lembro que mandaram para outros jogadores que jogaram menos que eu, mas não mandaram para mim”.