Emerson Royal vive um período de adaptação no Flamengo após retornar ao país em julho de 2025. O lateral-direito percorreu uma trajetória marcada por dispensas nas categorias de base de São Paulo e Grêmio, até se recompor na Ponte Preta. A passagem pela equipe campineira foi decisiva para redirecionar a carreira do jogador, que hoje busca se firmar no elenco comandado por Filipe Luís.
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Na Ponte Preta, Royal encontrou o técnico Elio Sizenando, então responsável pelo sub-17. O treinador lembra que o início foi desafiador, mas que a confiança reconstruída naquele ambiente mudou o rumo do atleta. Um episódio de lesão logo no começo do trabalho exigiu apoio próximo e uma garantia de continuidade.
“Quando ele chegou para jogar com a gente, ele quebrou o braço. Ficou muito preocupado, e eu assegurei que ele não seria dispensado. Era para ele continuar trabalhando, que ele seria titular na Taça BH comigo. Ele ganhou confiança e ficou muito grato por isso. Deu um up na carreira dele.”
Segundo Sizenando, a evolução ficou evidente na temporada seguinte, com ganho físico e tomadas de decisão maduras. Na Copa Santiago de 2016, um duelo com o Grêmio consolidou a percepção de que Royal se destacaria tecnicamente. O desempenho resultou em assistências e visibilidade na base da Seleção.
“Eu o vi em alto nível na Copa Santiago, em 2016. Nosso primeiro jogo foi contra o Grêmio, eu disse que se ele atacasse a profundidade do Grêmio, nós teríamos muitas chances. Ele atacou, deu duas assistências e o jogo terminou 2 a 2. Ali eu vi que, por ser inteligente e tomar boas decisões, ele subiria de nível. Depois desse jogo, ele foi convocado para a base da Seleção.”
A relação entre os dois seguiu próxima após 2016, quando Sizenando deixou a Ponte Preta. De lá para cá, treinador e atleta mantiveram contato frequente, com orientações e elogios públicos ao amadurecimento de Royal. Para o técnico, o estilo do lateral combina com o que o Flamengo exige taticamente.
“Ele não vinha jogando antes, a lesão atrapalhou um pouco. O Filipe Luís me parece um treinador que gosta de ajudar os atletas também. Acho que o Flamengo tem muito a ganhar com as características de jogo do Royal. Cai muito bem no Flamengo. Ele gosta de chegar bastante à linha de fundo e cumpre a obrigação de defender bem. É trabalhar todo dia e aprender com a comissão e com os jogadores.”
Após a Ponte Preta, Royal passou rapidamente pelo Atlético-MG e transferiu-se para o Real Betis em 2018. Na Europa, também atuou por Barcelona, Tottenham e Milan. O Flamengo anunciou sua contratação em julho, com acordo até o fim de 2028. Segundo o clube, o pagamento ao Milan é de cerca de 9 milhões de euros (R$ 58 milhões).
No currículo, constam 79 jogos, cinco gols e 10 assistências pelo Betis, além de três partidas pelo Barcelona e 101 jogos pelo Tottenham, com quatro gols e duas assistências. Na última temporada, ele disputou 26 jogos pelo Milan, sendo 22 como titular. Pelo Flamengo, fez cinco partidas, três delas desde o início.
O elenco rubro-negro voltou aos treinos na sexta-feira, após alguns dias de folga. Royal viajou a Americana, no interior paulista, e publicou imagens de fisioterapia em suas redes sociais. Já na posição, Varela retornou da seleção uruguaia com pubalgia. O próximo compromisso do Flamengo é contra o Juventude, pelo Brasileirão.
