Gerson ‘atrapalhou’ o Flamengo a contratar novos reforços; entenda

Gerson pelo Flamengo
Gerson pelo Flamengo - Foto: Paula Reis / Flamengo

A saída de Gerson do Flamengo para o Zenit movimentou o mercado e os bastidores da diretoria. O meia deixou o clube em julho de 2025 após pedido de demissão e pagamento integral da multa rescisória de 25 milhões de euros, cerca de R$ 160 milhões. O valor recebido, porém, trouxe efeitos inesperados nas negociações por reforços.

Segundo o diretor técnico José Boto, os clubes que tratavam com o Flamengo passaram a impor condições mais duras logo depois da venda. Eles pediam pagamentos maiores, menos parcelas e quantias à vista, o que atrasou os anúncios.

“Aqui houve uma questão extra que fez as negociações demorarem mais, que foi a venda do Gerson. Quando os clubes sabem que recebemos 25 milhões de euros à vista, começam a querer que paguemos também à vista ou com menos parcelamento. Nós não quisemos nunca entrar nisso, porque daríamos um mau sinal para o mercado”, afirmou Boto.

As críticas da torcida e da imprensa cresceram durante esse período. Boto reconheceu que entrevistas iniciais ajudaram a criar expectativa e disse ter sentido um choque cultural com a intensidade das reações negativas.

Apesar disso, a janela terminou histórica. O Flamengo investiu R$ 277 milhões em Samuel Lino, Emerson Royal, Jorge Carrascal e Saúl Ñíguez, este último sem custos de transferência. Para o dirigente, resistir às pressões foi essencial.

Gerson, por sua vez, iniciou sua terceira passagem pela Europa. Antes, havia atuado em Roma e Fiorentina, voltado ao Flamengo em 2019, passado pelo Olympique de Marselha e retornado em 2023. No clube carioca, somou mais de 200 jogos e 12 títulos.

No Zenit, porém, os primeiros meses têm sido difíceis. Em seis partidas, o meia não marcou gols nem distribuiu assistências. O ex-jogador do clube Danil Krugovoy, hoje no CSKA Moscou, foi direto:

“Eu o vi no Flamengo, ele estava indo muito bem. Mas no Zenit, Gerson não demonstra isso. E eu não entendo qual é o problema. Ou ele não quer, ou não consegue”.