Em meio ao impasse judicial entre Flamengo e Libra sobre o repasse de R$ 77 milhões, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, atacou a liderança jurídica do bloco. As declarações ocorreram na quarta-feira (15 de outubro).
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Em entrevista ao UOL, o presidente do Flamengo disse ver conflito de interesses envolvendo o advogado André Sica e o Palmeiras.
“O [André] Sica é advogado do Palmeiras, trabalha para o Palmeiras, a família dele trabalha para o Palmeiras há muito tempo. O escritório que entrou com agravo da Libra contra o Flamengo é do Sica. Isso é um conflito evidente. Isso é um conflito evidente”.
Depois, Bap ampliou a crítica e associou a identidade da Libra ao rival paulista.
“Se eu pudesse voltar atrás no tempo, eu jamais teria concordado com a construção de uma Libra. A Libra é verde. A Libra é toda verde. A Libra é palmeirense”.
À ESPN, Sica respondeu. Ele negou vínculo profissional de familiares com o Palmeiras e afirmou ter sido escolhido por Rodolfo Landim e Guilherme Bellintani para iniciar o movimento de Liga.
“Eu fico lisonjeado com as palavras do BAP, mas imagino que ele não tenha acesso a todas as informações. Meu pai faleceu em 2001 e era engenheiro. Minha mãe é professora de francês. Portanto, não é verdadeiro que qualquer pessoa da minha família tenha trabalhado para o Palmeiras. Apenas eu tenho essa honra”.
“Justamente por isso fui escolhido pelo Landim e Bellintani como o advogado para iniciar o movimento de Liga no Brasil. Meu sonho e minha ambição profissional é ver o futebol unido. Para isso, invariavelmente, tenho que defender a Libra e, depois disso, a união com a LFU. Tenho certeza que o Presidente BAP perceberá isso com o tempo e, por que não, ainda pode virar um grande parceiro e amigo”, finalizou.
O pano de fundo é o desacordo sobre critérios de divisão de receitas na Libra. O Flamengo obteve liminar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para bloquear uma parcela de R$ 77 milhões ao bloco. A estrutura aprovada prevê 40% igualitário, 30% por performance e 30% por audiência.
O clube alega que a regra de audiência carece de detalhamento e não foi regulamentada. Segundo alega, a Libra pagou a primeira parcela com um cenário rejeitado em assembleia, o que motivou a ação e a troca de notas oficiais entre as partes.