Justiça toma atitude para beneficiar rivais do Flamengo

Nova camisa do Flamengo

A recente disputa judicial entre o Flamengo e os clubes integrantes da Libra teve novo desdobramento com a decisão da desembargadora Lúcia Helena do Passo, que modificou os termos da liminar anteriormente concedida ao clube carioca. A magistrada determinou a liberação de grande parte dos valores que estavam bloqueados, referentes ao contrato de direitos de transmissão assinado com a TV Globo, reduzindo o montante retido de R$ 77 milhões para apenas R$ 1,6 milhão.

Anteriormente, o Flamengo havia obtido decisão favorável que impedia o repasse de parcelas a outros clubes da Libra, com base em divergências nos critérios de audiência utilizados na divisão dos valores televisivos. Segundo o clube, os cálculos do rateio beneficiavam injustamente os demais integrantes do bloco, motivando o pedido judicial que paralisou a distribuição da quantia total.

Entretanto, conforme interpretação da Justiça, a retenção do valor integral seria desproporcional. A nova decisão entende que somente a quantia em contestação direta — ou seja, a diferença entre o que o Flamengo afirma ter direito e o que a Libra propõe pagar — deve continuar bloqueada. Assim sendo, o valor preservado judicialmente se limita a R$ 1,6 milhão por parcela, somando cerca de R$ 23 milhões em um ano.

A magistrada, inclusive, interrompeu suas férias para formalizar o novo despacho, que concedeu ao Flamengo o prazo de cinco dias úteis para apresentar justificativas ou recorrer da decisão. Caso contrário, os recursos anteriormente retidos serão gradualmente desbloqueados em favor dos demais clubes do bloco.

BAP, presidente do Flamengo (Foto: Reprodução)

Essa reversão foi considerada uma vitória importante pela Libra, que vinha tentando reverter os efeitos da liminar nas últimas semanas. Internamente, a crise provocada pela postura do Flamengo acentuou o desgaste entre os dirigentes, principalmente entre o Rubro-Negro e o Palmeiras. A presidente do clube paulista, Leila Pereira, criticou abertamente o comportamento do rival e chegou a afirmar que o Flamengo agiu de maneira egoísta e comprometeu a unidade do grupo.

Durante reunião do Conselho Deliberativo do clube, Luiz Eduardo Baptista, presidente do Flamengo, rebateu as críticas e acusou a Libra de “ser palmeirense”. O embate entre os representantes das duas instituições gerou constrangimento até em encontros da Conmebol, onde ambos atuaram como porta-vozes de seus clubes semifinalistas da Libertadores.

Aliás, a tensão transbordou para fora dos bastidores. Leila Pereira optou por não comparecer ao Maracanã para o confronto entre Flamengo e Palmeiras, marcado para domingo (19) pelo Campeonato Brasileiro, evidenciando o clima de distanciamento entre os dirigentes em meio ao impasse.