Desde sua chegada ao Flamengo em 2023, Agustín Rossi tem construído uma trajetória sólida no clube, marcada por títulos e atuações decisivas. A identificação com o ambiente rubro-negro ultrapassa o campo esportivo, e recentemente ganhou um novo capítulo com a inspiração declarada em um ídolo do passado: o compatriota Ubaldo Fillol.
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Fillol, campeão mundial com a Argentina em 1978, defendeu o Flamengo entre 1984 e 1985, período em que atuou em 71 partidas. Apesar da boa relação com a torcida e do desempenho consistente, deixou o clube rumo ao Atlético de Madrid após pouco mais de um ano. Anos depois, admitiu arrependimento por ter encerrado precocemente sua passagem pela equipe carioca.
Rossi, por sua vez, tornou-se o primeiro goleiro estrangeiro a atuar pelo Flamengo após 38 anos. O encontro entre os dois aconteceu apenas recentemente, quando Fillol visitou o Ninho do Urubu durante compromisso com o Racing, adversário do Flamengo na semifinal da Libertadores. Na ocasião, houve troca de camisas e conversas sobre o legado deixado pelos argentinos no clube.
“Passou muito tempo desde que ele esteve aqui. Agora que estou vivendo o que é o Flamengo de verdade. Quando cheguei aqui, ele me disse que se arrependia muito de ter saído do Flamengo naquela época. E o Flamengo já era grande. Eu não vivi aquela época, mas acho que hoje é maior ainda. É algo inexplicável estar aqui”, declarou Rossi ao relembrar o diálogo com Fillol.
O atual titular da meta rubro-negra exaltou ainda a retomada da presença argentina na posição, mencionando o significado dessa continuidade histórica. Fillol, Eusébio Chamorro e Rogelio Domínguez foram os únicos estrangeiros a defender o gol do Flamengo antes de Rossi.
“Essa influência dos goleiros argentinos aqui há muito tempo não acontecia. Estar aqui me deixa muito feliz e contente, pela história do futebol brasileiro, do Flamengo e dos goleiros argentinos no Mengão. Me deixa feliz estar hoje cumprindo meu trabalho aqui, fazendo da melhor forma que eu gosto, que é dentro do campo. Contar com o apoio da torcida é algo muito importante”, completou.
Atualmente, Rossi soma 130 jogos com a camisa do Flamengo, sendo titular em todas as partidas. Em 65 delas, saiu de campo sem sofrer gols. O aproveitamento na Libertadores é igualmente expressivo: são 11 jogos sem ser vazado em 20 participações. A regularidade tem sido peça importante no esquema de Filipe Luís, inclusive na construção ofensiva da equipe.
Por fim, além da referência técnica, o encontro com Fillol serviu como um elo simbólico entre diferentes gerações de goleiros argentinos no clube. E, enquanto Rossi segue atuando em alto nível, carrega não apenas a responsabilidade da camisa 1, mas também o peso de um legado que começou quatro décadas atrás.
