A cobrança de pênalti de cavadinha mal executada contra o Flamengo, marcada por uma defesa sentada do goleiro Rossi, representou um dos momentos mais simbólicos da instabilidade emocional vivida por Yuri Alberto no Corinthians. A cena, que poderia passar despercebida em uma partida comum, acabou ganhando proporções maiores por tudo o que envolvia o contexto do atacante.
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“Se não fosse aquela cobrança de pênalti, seria o meu melhor jogo no ano e eu teria feito um hat-trick no 1º tempo com as chances que eu tive após a penalidade. Na hora do jogo, eu tinha estudado ele. A decisão que eu tive foi na hora”, disse, sobre o embatecontra o Flamengo.
A penalidade ocorreu logo após o retorno do jogador de uma cirurgia de hérnia inguinal. No lance, ao perceber que Rossi não se movimentava com intensidade para os cantos do gol, Yuri decidiu tentar uma cavadinha no centro da meta. Contudo, a execução falhou, e o goleiro do Flamengo, mesmo sentado, conseguiu fazer a defesa. O erro, amplamente comentado por torcedores e analistas, quase ofuscou sua atuação no restante da partida, que teve desfecho completamente diferente para o centroavante.
“É uma coisa que aprendi da pior maneira. Foi da pior maneira, mas é continuar trabalhando que não vai ser essa cavadinha que vai definir quem é o Yuri Alberto”, afirmou o atacante, reconhecendo a falha e indicando que a decisão foi tomada no calor do momento.
Apesar do erro, Yuri Alberto conseguiu se redimir ainda no mesmo jogo. Logo no início do segundo tempo, ele marcou um gol após arrancada em velocidade e finalização cruzada com a perna esquerda. A comemoração foi marcada por forte emoção, quando o atacante foi às lágrimas diante da torcida corintiana, principalmente após ouvir declarações de apoio de crianças posicionadas atrás do gol.
“Mesmo eu tendo perdido o pênalti minutos atrás, as crianças dizendo que me amavam, que sempre confiam em mim… Na hora do abraço, eu acabei me emocionando”, relatou o jogador.
O episódio contra o Flamengo reforçou um traço recorrente da trajetória recente de Yuri Alberto: a oscilação entre críticas intensas e momentos de reconciliação com os torcedores. Em 2023, por exemplo, foi alvo de vaias e chacotas da própria torcida, chegando a cogitar a saída do clube. O apoio familiar e o acompanhamento psicológico foram determinantes para sua permanência e posterior retomada.
“Foi muita humilhação. Emocionalmente foi muito pesado. ‘Não consigo, não consigo, vou jogar a toalha’”, revelou ao lembrar o pior momento de sua carreira.
Aliás, a trajetória de superação de Yuri inclui também a recuperação de uma fratura na vértebra e a formação do trio ofensivo com Memphis Depay e Rodrigo Garro, apelidado de “GYM”. O entrosamento entre os três foi essencial para a conquista do Campeonato Paulista de 2025, sendo destacado pelo próprio jogador como um dos pilares de sua retomada.
Enquanto ainda sonha com uma vaga na Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026, o atacante reafirma o desejo de seguir no Corinthians, valorizando a conexão com o clube e a torcida. O episódio da cavadinha, embora traumático, passou a simbolizar, conforme ele mesmo destaca, um aprendiza















