No resumo do dia: o Flamengo perdeu Pedro por mais tempo do que o previsto e precisará redesenhar o ataque na sequência decisiva da temporada; a volta da semifinal da Libertadores, em Avellaneda, chega com vantagem rubro-negra, clima hostil e debate sobre a arbitragem após declarações de Diego Lugano; e Ariel Cabral, ex-Cruzeiro, analisou a trajetória de Arrascaeta, exaltando o ambiente no clube carioca e a maturidade do uruguaio nos grandes jogos.
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Pedro desfalca o Flamengo e muda o planejamento
A fratura no antebraço direito sofrida por Pedro na semifinal da Libertadores alterou o cronograma do Flamengo. O que seria um uso de proteção por poucos dias virou imobilização por, no mínimo, três semanas, após reavaliações médicas. A comissão técnica, assim, projeta o retorno do camisa 9 apenas para a reta final do Brasileirão ou, no cenário mais otimista, para uma eventual decisão continental.
A contusão ocorreu no início do segundo tempo contra o Racing, no Maracanã. O atacante ainda tentou seguir em campo, mas foi substituído aos 26 minutos. Desde então, realiza tratamento intensivo e segue com desconforto na região, o que reforça a estratégia do clube de não acelerar etapas e resguardar o jogador.
Sem Pedro — e também sem Everton Cebolinha, com lesão muscular no quadril —, o interino Filipe Luís tem testado alternativas para recompor o setor ofensivo. Arrascaeta e Luiz Araújo tendem a concentrar responsabilidades criativas, enquanto a versatilidade de Bruno Henrique e Gerson entra no radar para ajustar ocupação de espaços e dinâmica de pressão.
A cautela pauta a condução do caso. A prioridade é ter o camisa 9 apto para os jogos que podem definir a temporada. No curto prazo, a previsão é de ausência em ao menos três partidas: o Racing, nesta quarta (29), além de Sport (01/11) e São Paulo (05/11), ambas pelo Campeonato Brasileiro.
Clima e arbitragem cercam Racing x Flamengo
A volta da semifinal entre Flamengo e Racing, às 21h30 desta quarta (29), no Presidente Perón, coloca o time carioca a um empate da final após a vitória por 1 a 0 no Maracanã. O contexto, porém, promete pressão: estádio cheio, ambiente hostil e a nomeação do chileno Piero Maza — que apitou o tenso duelo com o Estudiantes — alimentam o debate às vésperas do jogo. A diretoria rubro-negra, apesar das ressalvas, demonstra confiança na condução da partida pela Conmebol.
“O futebol argentino está apoiando o Racing. Faz tempo que o futebol argentino não compete em termos de clube. O Racing vai fazer pressão, não só no campo, como fora. O Flamengo não vai ter a tranquilidade que tem na hora do apito como tem no Brasil. Qualquer lance duvidoso, a probabilidade de ser contra é muito grande”.
“Se esperarem um árbitro apitando como nos jogos do Brasileirão, vão sofrer. O Flamengo não está acostumado com esse tipo de arbitragem”.
Do lado de fora, a mobilização da torcida do Racing promete aquecer ainda mais o ambiente. Internamente, o Flamengo trabalha para blindar o elenco, aumentar o foco competitivo e reduzir ruídos antes dos 90 minutos que separam o clube de mais uma decisão continental.
Ariel Cabral exalta Arrascaeta e o ambiente no Flamengo
Ariel Cabral, ex-companheiro de Arrascaeta no Cruzeiro, vê no uruguaio um símbolo de continuidade e maturidade desde 2015. Para o argentino, a escolha de permanecer no Brasil passa pela estrutura encontrada no Flamengo, que, em sua avaliação, oferece condições de alto nível e um cenário propício para evolução técnica e liderança dentro do elenco.
“Ele poderia tranquilamente jogar na Europa, mas está bem aqui. Se sente confortável, vai para a seleção, está feliz”.
Cabral relembra um início tímido do meia em Minas e destaca a adaptação gradual, hoje marcada por protagonismo e influência no vestiário rubro-negro. Na sua leitura, o desafio de atuar sob cobrança permanente foi incorporado ao jogo do camisa 10, que amadureceu o suficiente para transitar entre clube e seleção mantendo rendimento.
“Nas finais, ele não vai se esconder, vai pedir a bola e tentar resolver. Isso mostra o caráter dele”.
