O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) adiou todas sessões de julgamento previstas para esta semana, incluindo o recurso de Bruno Henrique, do Flamengo. O motivo, segundo a entidade, está ligado ao cenário de insegurança no Rio de Janeiro, onde uma megaoperação policial deixou ao menos 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, sendo quatro policiais, segundo dados oficiais.
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Bruno Henrique foi condenado em primeira instância no início de setembro a 12 jogos de suspensão por conduta considerada contrária à ética desportiva. O atacante foi acusado de forçar um cartão amarelo em 2023 com o objetivo de beneficiar apostadores.
Desde 13 de setembro, o jogador atua com efeito suspensivo concedido pelo tribunal, que permanece válido até o julgamento do recurso no Pleno. Com o adiamento, a nova data da sessão ainda será definida.
Defesa do Flamengo rebate acusação
Após a condenação, o advogado do Flamengo recorreu da decisão e justificou que a atitude do atleta não representa infração ética ou tentativa de manipular resultado.
“O Bruno Henrique já planejava tomar o terceiro cartão amarelo. O cartão amarelo não é atitude antiética, faz parte da estratégia do jogo. O que aconteceu, quando muito, foi uma informação privilegiada”, explicou em entrevista ao programa Seleção SporTV.
“O artigo em que ele foi punido diz: ‘atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida’. Não é o caso. Ele queria ficar fora do jogo contra o Fortaleza e estar disponível contra o Palmeiras”, completou.
Ainda segundo a defesa, mesmo a hipótese de compartilhamento de informação privilegiada não é prevista como infração específica no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A conduta poderia, no máximo, ser enquadrada no regulamento geral da competição (RGC), com punição prevista em forma de multa.
“Esse tipo de ação é punida no artigo 191, que trata de descumprimento de regulamento. Mesmo assim, qualquer conhecedor mediano de futebol sabia que ele levaria o terceiro cartão naquele jogo”, acrescentou Assef Filho.
 
             
	
















