
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, enfrenta nova etapa no processo disciplinar conduzido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O jogador foi inicialmente suspenso por 12 partidas após ser condenado, em primeira instância, por suposta fraude esportiva ao receber de forma deliberada um cartão amarelo em partida contra o Santos, em novembro de 2023. Segundo a denúncia, o gesto teria favorecido apostadores. A defesa recorreu, e o caso passou a ser avaliado pelo Pleno do tribunal.
Notícias mais lidas:
A sessão realizada na segunda-feira (10 de novembro) foi marcada pela interrupção do julgamento, após o relator Sérgio Furtado Filho votar pela absolvição de Bruno Henrique da acusação prevista no artigo 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Ele sugeriu apenas a aplicação de uma multa baseada no artigo 191, sem a imposição de nova suspensão. Contudo, o auditor Marco Aurélio Choy pediu vista do processo, o que resultou no adiamento da conclusão do julgamento para quinta-feira (13 de novembro), às 15 horas (horário de Brasília).
Anteriormente, o jogador havia sido inocentado da acusação de infração ao artigo 243, que trata de atos que deliberadamente prejudiquem o clube. Ainda assim, a Procuradoria do STJD insistiu na manutenção da pena original, alegando que a ação visava beneficiar interesses familiares e não uma estratégia desportiva. “O acervo probatório nos leva a concluir que era um interesse particular e ilícito de beneficiar o seu núcleo familiar. E não orientado por estratégia desportiva”, afirmou o procurador Eduardo Ximenes.
A defesa de Bruno Henrique, por sua vez, rebateu a tese de que o Flamengo tenha sido prejudicado. O advogado Michel Assef destacou que o clube considerava o cartão uma decisão estratégica e que o objetivo era ter o jogador à disposição em partida decisiva contra o Palmeiras. “Prejuízo o Flamengo já disse que não houve. E não é a procuradoria ou a justiça desportiva que tem que dizer”, argumentou o representante do clube.
Durante a sessão, a defesa também apresentou um pedido de prescrição, sustentando que a denúncia ocorreu além do prazo legal. No entanto, o argumento foi rejeitado por unanimidade entre os auditores. Eles consideraram que o prazo começou a contar apenas após a instauração formal da investigação em maio de 2025, após recebimento de relatório da Polícia Federal.
Atualmente, Bruno Henrique segue em atividade pelo Flamengo, inclusive tendo atuado e marcado um gol na vitória diante do Santos no último domingo (09 de novembro). Após a audiência no tribunal, ele deixou o local sem dar entrevistas à imprensa.
A votação final, que poderá confirmar a absolvição ou restabelecer a punição, dependerá ainda dos votos de oito auditores. Até o momento, apenas o relator apresentou seu parecer. A continuidade do julgamento está marcada para ocorrer no Rio de Janeiro.

















