Presidente de clube rival se rende ao tamanho do Flamengo: “outro patamar…”

Centro de treinamento do Flamengo (Foto: Reprodução)

A disparidade econômica entre clubes da elite nacional voltou ao centro do debate após declarações do presidente do Vitória, Fábio Mota. Em entrevistas recentes, o dirigente baiano chamou atenção para a diferença estrutural e financeira em relação ao Flamengo, atual líder do Campeonato Brasileiro e finalista da Libertadores.

Segundo Mota, a receita com a venda de camisas do clube carioca equivale a dois anos do orçamento do Vitória. O presidente utilizou a expressão popularizada pelo atacante Bruno Henrique para resumir sua percepção: “Flamengo é outro mundo, outro patamar, o que o Flamengo vende de camisa são dois anos de orçamento do Vitória”.

O dirigente também demonstrou preocupação com a distribuição das cotas de televisão, especialmente no modelo de pay-per-view. Atualmente, os repasses seguem uma divisão de 40% de forma igualitária entre os clubes, 30% por audiência e 30% por performance. Contudo, Mota alertou para uma possível alteração que pode agravar ainda mais o desequilíbrio: “Se isso prosperar, o Vitória perde R$ 8 milhões por ano nessa mudança de critério”.

Enquanto o Flamengo vive um momento competitivo de destaque, o Vitória tenta se consolidar na Série A após o acesso recente. Na temporada atual, o time baiano luta contra o rebaixamento e sofreu uma derrota por 8 a 0 para os cariocas em confronto válido pelo Brasileirão, o que simboliza não apenas uma diferença técnica, mas também estrutural entre os dois clubes.

Fábio Mota, presidente do Vitória
Foto: Reprodução/Instagram)

Essas declarações foram dadas às vésperas do clássico Fla-Flu, marcado para quarta-feira (19 de novembro), às 21h30 (horário de Brasília), no Maracanã. A partida, válida pela 34ª rodada, tem peso direto na disputa pelo título nacional. O Flamengo lidera a competição com 71 pontos, seguido pelo Palmeiras com 68.

As comparações feitas por Mota evidenciam um cenário em que clubes com menor orçamento enfrentam dificuldades para competir de forma equilibrada com os gigantes do futebol brasileiro. Apesar da crescente profissionalização e das receitas oriundas de novas ligas e parcerias comerciais, a distância entre o topo e a base da Série A permanece significativa.

Durante entrevista a um podcast, Mota ainda reforçou a crítica ao modelo vigente, sugerindo que o domínio econômico do Flamengo tem reflexos diretos no desempenho esportivo: “O futebol brasileiro é Flamengo e o resto”.

Conforme o calendário avança, o debate sobre justiça na distribuição de receitas deve se intensificar. Clubes como o Vitória cobram mudanças que tornem o cenário mais competitivo, ao passo que o Flamengo, com seu poderio consolidado, segue acumulando protagonismo em campo e fora dele.