CEO do Grêmio está com “medo” do Flamengo; entenda

O dirigente também descartou interpretações radicais sobre o posicionamento do Rubro-Negro dentro da Libra

Alex Leitão
CEO do Grêmio, Alex Leitão, em coletiva (Foto: Lucas Uebel/FBPA)

O CEO do Grêmio, Alex Leitão, se posicionou de forma enfática sobre os rumos do Campeonato Brasileiro e alertou para o risco de concentração de poder esportivo e econômico.

Em entrevista à GZH, o dirigente defendeu a união dos clubes como forma de impedir que o torneio nacional siga o modelo da Bundesliga, dominada pelo Bayern de Munique, mas com o Flamengo como foco.

A declaração ocorre em meio à disputa sobre os direitos de transmissão entre os blocos da Libra e do Flamengo. Recentemente, o clube carioca foi à Justiça para bloquear repasses aos demais integrantes da liga, em discordância com a divisão das receitas.

A decisão, revertida, expôs o conflito de interesses entre os filiados. Leitão afirmou que o Rubro-Negro age dentro de seus interesses, mas alertou para os riscos de desequilíbrio.

Bap, presidente do Flamengo
Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo (Foto: Gilvan de Souza/CRF)

“O que o presidente do Flamengo quer é que o Brasileirão se transforme em uma Bundesliga, onde o Flamengo seja o Bayern de Munique. De cada 10 campeonatos, ele vai ganhar nove. Agora, os outros 19 clubes precisam se juntar e impedir que isso aconteça”, afirmou.

O que o CEO do Grêmio propõe?

Segundo o dirigente, a solução passa por um modelo de distribuição de receitas mais equitativo. “O que a gente precisa fazer para que o Campeonato Brasileiro não se transforme em uma Bundesliga.

As diferenças têm de ser menores, a distribuição desses direitos tem de ser de uma forma um pouquinho mais consciente para todos os clubes”, acrescentou.

Leitão também descartou interpretações radicais sobre o posicionamento do Flamengo dentro da Libra, rejeitando a ideia de isolamento do clube carioca. “Não entro na bobagem de que vai jogar sozinho contra o sub-20, isso não vai acontecer, vai jogar o campeonato”, declarou.

Por fim, ele defendeu que o debate sobre os direitos comerciais deve ser conduzido com racionalidade e união entre os participantes. “Você acha que um bloco de 361 partidas, que inclusive conta com os 19 jogos do outro, não tem uma força talvez até maior para que você diminua um pouco essa distância?”, concluiu.