O diretor de futebol do Flamengo, José Boto, afirmou que a temporada de 2026 tende a ser mais desafiadora do que a anterior, em razão das altas expectativas criadas após um ano com quatro títulos conquistados. Ele entende que o cube lidará com atenções maiores às do Palmeiras, por exemplo.
Notícias mais lidas:
Em entrevista ao podcast No Princípio Era a Bola, de Portugal, o dirigente destacou que o clube manterá o foco no Brasileiro e Libertadores, mas alertou sobre o desgaste emocional do elenco. Ele também abordou sobre a necessidade de ajustes graduais, evitando mudanças bruscas.
“A grande preocupação é a quantidade de férias para limpar a cabeça. Temos tudo planejado para que o elenco seja melhor. Nunca existe um plantel perfeito, mesmo quando achamos que está ótimo. Temos tudo planejado, mas não vai ser fácil repetir uma temporada como essa”, disse.
Categorias de base
O diretor também fez uma análise sobre o uso das categorias de base no futebol brasileiro e traçou uma comparação com o Palmeiras. Segundo ele, o rival está à frente no processo de transição de jovens, citando o zagueiro João Victor, criticado de forma intensa após um erro em campo.

“Nisso o Palmeiras está mais à frente. Não em termos melhores jogadores na formação, é na transição que faz para o nível profissional. Nós vamos tentar caminhar nesse sentido”, continuou.
Para o dirigente, a pressão da torcida e das redes sociais sobre jogadores jovens no Flamengo é desproporcional, dificultando o amadurecimento desses atletas dentro do clube.
“Uma das coisas que fizemos foi com o Alfredo (Almeida), para ter ligação direta conosco. Sabendo que são contextos completamente diferentes. O Palmeiras, apesar da grandeza que tem, não tem a grandeza do Flamengo”, completou.
Ambiente exposto do Flamengo
O debate sobre as diferenças estruturais entre os rivais vai além do campo. Enquanto o clube paulista ganha reconhecimento pela consistência na formação e aproveitamento da base, o Rubro-Negro lida com um ambiente mais exposto, reflexo de sua dimensão nacional e da exigência constante por títulos.
A fala de Boto reforça que, apesar da grandeza, o modelo de integração entre base e profissional ainda precisa de aprimoramento para gerar resultados sustentáveis.
Mercado da bola
Além das questões estruturais, o cube busca reforços para a próxima temporada com foco em nomes que já atuam no futebol brasileiro. O diretor ainda pretende explorar o mercado europeu, mas sob outro prisma.
O planejamento passa por ampliar o nível de competitividade do elenco, ao mesmo tempo em que oferece um ambiente mais equilibrado para jovens talentos se desenvolverem com segurança.
No encerramento da entrevista, o diretor deixou claro que, mesmo após uma temporada histórica, o clube precisa manter os pés no chão.
O Flamengo já tem ações planejadas para manter o alto nível técnico, mas Boto reconhece que repetir o sucesso de 2025 exigirá controle emocional, inteligência na gestão de grupo e paciência com os processos de formação.















