Atualmente, Oscar vem demonstrando uma mudança significativa em sua forma de atuar. No duelo contra o Náutico, válido pela terceira fase da Copa do Brasil, o camisa 8 do São Paulo se destacou atuando como segundo volante, função na qual tem se adaptado com surpreendente naturalidade.
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A escolha do técnico Luis Zubeldía em posicioná-lo mais recuado, mesmo com opções mais habituadas à função, como Bobadilla e Pablo Maia, evidenciou um processo de reinvenção que o próprio jogador vinha buscando.
A decisão, aliás, não foi tomada ao acaso. A ausência de Marcos Antônio abriu uma brecha na formação titular, permitindo que Oscar atuasse ao lado de Alisson e próximo a Luciano. A parceria com o camisa 10 se mostrou determinante para o ritmo da equipe no confronto.
O experiente meia ofereceu alternativas ofensivas e defensivas, sendo peça-chave na assistência para o gol da vitória, além de protagonizar outros momentos criativos, como o passe que deixou Rodriguinho em condições de ampliar o placar.
Mais próximo da defesa e do jogo
Oscar não apenas criou jogadas ofensivas com qualidade, mas também cumpriu papel defensivo com precisão. Posicionado frequentemente à frente da zaga, ao lado de Alisson, demonstrou disposição e leitura de jogo para desarmes e interceptações. Dessa maneira, aliviou a pressão sobre os defensores e contribuiu diretamente na organização da saída de bola.
Surpreendentemente, mesmo sem o costume de atuar com foco na marcação, o meia exibiu vigor físico e capacidade de cobertura em diversos setores do campo. Conforme relatos de bastidores, a preferência por atuar de forma mais recuada já havia sido manifestada pelo próprio atleta, que se sente confortável visualizando o jogo de frente, com menos pressão adversária e mais tempo para tomar decisões.
Evolução física e técnica
Recuperado de uma lesão muscular na coxa esquerda, Oscar vem ganhando minutagem de forma gradual. A sequência de 90 minutos contra o Grêmio, seguida da atuação completa diante do Náutico, três dias depois, atesta sua boa condição física. A performance nos Aflitos foi, segundo análise especializada, a melhor desde seu retorno ao clube no início da temporada.
Embora tenha apenas dois gols e duas assistências em 18 jogos, seus principais méritos na vitória sobre os pernambucanos vieram de ações que não aparecem nas estatísticas: cobertura defensiva eficiente, passes verticais com inteligência e domínio do setor central do campo.
Assim sendo, o meio-campista se consolida como alternativa relevante para a composição tática da equipe, principalmente em momentos de desfalques relevantes.
Uma nova dinâmica para o São Paulo
O encaixe entre Oscar e Luciano foi igualmente relevante para a fluidez ofensiva do Tricolor. Ambos alternaram suas posições entre o meio e o ataque, confundindo a marcação adversária. Essa proximidade permitiu que André Silva e Lucas Ferreira encontrassem mais espaços, enquanto o time manteve o controle do ritmo da partida.
O camisa 8, mais livre para circular, foi descrito como um jogador que “pensa, enxerga e oferece boas opções aos companheiros”, sobretudo em lances de bola parada, nos quais exerce papel decisivo. Nesse sentido, sua presença tem ampliado o repertório tático da equipe, oferecendo alternativas que vão além da simples construção de jogadas.
Perspectivas a curto prazo
A atuação diante do Náutico coincidiu com sua inclusão na pré-lista de convocados de Carlo Ancelotti para compromissos da seleção brasileira — uma lembrança simbólica para um atleta que não defende a camisa verde-amarela desde 2015.
Embora o foco principal ainda seja o São Paulo, essa mudança de função e o rendimento elevado podem recolocar Oscar no radar da equipe nacional.
Por enquanto, o São Paulo se beneficia de sua versatilidade, ainda mais em meio a uma temporada repleta de compromissos simultâneos. O clube está nas oitavas da Copa do Brasil, vive bom momento na Libertadores e ocupa posição intermediária no Brasileirão. Com essa nova versão de Oscar, o elenco de Zubeldía ganha consistência e inteligência no setor mais estratégico do campo.