Fifa estuda colocar chip nos jogadores; entenda

A Fifa avalia tornar automáticas as marcações de impedimento pelo árbitro de vídeo já na Copa do Mundo de 2022, no Qatar. O presidente da federação internacional, Gianni Infantino, e o chefe de desenvolvimento global, Arsene Wenger, tocaram no assunto recentemente, mas disseram que não poderiam revelar detalhes. A coluna teve acesso a uma das propostas que será testada — ao menos cinco empresas apresentaram projetos.

Nesta um pequeno aparelho é preso à camisa dos jogadores, com um chip dentro. A tecnologia faz com que as informações sobre a localização dos atletas em campo sejam repassadas em tempo real a um computador.

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Quando há um lance de impedimento, a posição exata dos atletas aparece no monitor do VAR a partir do lançamento da bola e a própria máquina diz se houve ou não a infração, com um detalhe para facilitar a visualização dos árbitros: o jogador impedido aparece em vermelho.

Esta é uma das ideias apresentadas por empresas a um grupo de desenvolvimento do VAR que existe na Fifa, do qual fazem parte profissionais de 14 instituições, incluindo CBF e Conmebol. Em uma outra, por exemplo, aparece no monitor a distância em que o jogador impedido estava do penúltimo defensor e qual parte do corpo ocasionou a infração.

Hoje o impedimento no VAR é analisado manualmente: um dos assistentes de vídeo projeta linhas verticais e horizontais para determinar se há a infração. Há dois problemas nisso: o primeiro é a demora, pois muitas vezes o operador e o árbitro de vídeo precisam projetar as linhas várias vezes para chegarem a uma conclusão.

O segundo problema é a imprecisão, houve casos em que a linha foi colocada no lugar errado ocasionando erro na avaliação do impedimento, um lance objetivo, ou seja, que não precisa da interpretação do árbitro de campo e, portanto, não deveria ter falha ao ser analisado em vídeo.

Um relatório elaborado pelo grupo de desenvolvimento, entregue há pouco menos de um ano à Ifab (International Board), órgão que regula o futebol, apontou as falhas na marcação de impedimento no modelo atual: “Os testes de precisão mostraram que os operadores humanos tendem a escolher diferentes partes do corpo para as linhas de impedimento. Avanços foram feitos nessa área também, com o sistema automatizado apresentado aprendendo a modelar corretamente o esqueleto de um jogador. No futuro, os algoritmos desenvolvidos do sistema deverão ser capazes de identificar automaticamente qual parte do corpo colocou o jogador impedido e a que distância”, explicou o texto apresentado.

A Fifa quer testar as propostas mais viáveis a partir de dezembro de 2021, ainda não se sabe em quais competições —será avaliado também a questão de custos. Mas a ideia é que na Copa do Mundo entre novembro e dezembro de 2022, no Qatar, o impedimento já seja marcado automaticamente. Para isso ocorrer será preciso a aprovação da Ifab.

Retirado de: UOL