Marcos Braz e Landim têm mais culpa que a arbitragem na queda do Flamengo

Marcos Braz no gramado do Maracanã (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

É verdade que o árbitro do jogo usou critérios diferentes para aplicar cartões amarelos aos dois times. Foi mais rigoroso com o Flamengo! É verdade também que Vitor Pereira fez mexidas no mínimo questionáveis ao sacar prematuramente Arrascaeta e Everton Ribeiro. Mas o rubro-negro foi o retrato do início de temporada atrapalhado que faz na semifinal do Mundial de Clubes. Fruto de escolhas infelizes de sua diretoria.

O comando do Mais Querido resolveu demitir Dorival Junior, técnico que recuperou o futebol do time em 2022 e venceu a Copa do Brasil e a Libertadores, para apostar em Vitor Pereira, que pouco mais de 30 dias depois, ainda não conseguiu dar equilíbrio a equipe em meio a competições importantíssimas. Alguém duvida que o planejamento foi mal feito? A derrota para o Al Hilal é só o resultado disso.

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Escalações

Vitor Pereira optou por mais jovialidade nas laterais. Matheuzinho e Ayrton Lucas iniciaram a partida. Varela e Filipe Luís ficaram no banco. Já Ramón Diaz surpreendeu ao escalar o Al Hilal muito ofensivamente. Kanno, lesionado, deu lugar ao atacante Carrillo no meio-campo. Vietto e Ighalo formaram a dupla de ataque. Na defesa, Kalifah Al-Dawsari entrou no lugar de Nasser Al-Dawsari.

O jogo

Os primeiros minutos não foram nada bons para o Flamengo. Saiu atrás no placar. Marega dominou com liberdade na entrada da área após subida de marcação bem-sucedida do time saudita e serviu Vietto. Matheuzinho falhou e cometeu o pênalti no argentino. Salem Al-Dawsari foi pra bola e superou Santos. Gabigol e Gérson sofreram cartões amarelos bobos na sequência. Algo que se tornaria um problema logo a frente.

O time carioca conseguiu se reequilibrar depois dos 15 minutos. Encaixou boas trocas de passe ao encontrar Arrascaeta nas costas do meio-campo do Al Hilal. Acionou Everton Ribeiro próximo ao uruguaio. Teve Gérson influente na iniciação dos ataques pela esquerda e Ayrton Lucas e Matheuzinho passando com veemência rumo a linha de fundo. O time fez boas pressões pós-perdas também. Retomou bolas no ataque.

Não demorou para o gol de empate sair. Matheuzinho serviu Pedro na área e ele bateu de chapa no canto direito de Al Owais. A virada quase veio no minuto seguinte. Everton Ribeiro tabelou com Gabigol e cruzou na boca da meta. Gérson dividiu com a zaga e a bola passou a esquerda da meta. Arrascaeta também chegou perto de marcar aos 37′, ao bater prensado uma bela jogada de Ayrton Lucas.

O Flamengo era superior e reduziu o ritmo ao final da 1ª etapa. Foi o suficiente para que seus problemas defensivos voltassem a aparecer. Vietto recebeu num espaço entre Matheuzinho e David Luiz e trombou com o zagueiro antes de cair na área. Após consulta ao VAR, o árbitro viu um pisão de Gérson no camisa 10 do Al Hilal. Marcou o pênalti e deu o segundo amarelo ao brasileiro. Um rigor não visto com os sauditas.

Vitor Pereira sacou Arrascaeta no intervalo para a entrada de Erick Pulgar. Montou o time num 4-3-2, adiantou Thiago Maia, quis mais força no meio, mas sem perder presença no ataque. O problema é que tirou um dos seus jogadores com maior imprevisibilidade. Léo Pereira saiu lesionado e Fabricio Bruno entrou.

Pulgar entrou mal. Errou saídas de bola, e uma delas gerou o terceiro gol dos sauditas. Marega e Salem Al-Dawsari, que foram muito bem em campo, puxaram o contra-ataque e o cruzamento encontrou Vietto na área. Ele dominou e chutou forte para vencer Santos. Gabigol chegou a ter uma boa chance de cabeça quando o jogo ainda estava 2×1, mas provou novamente qual é a sua principal deficiência ao mandar por cima.

Pedro ainda descontou no fim, o que gerou uma pressão forte rubro-negra em busca do empate, mas o resultado se confirmou e o Flamengo vai ter que se contentar com a disputa de 3º lugar no Marrocos.

Retirado de: UOL