Rodolfo Landim estuda como fará a reformulação no Flamengo

Rodolfo Landim em entrevista coletiva no Ninho do Urubu (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)
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A vitória sobre o Botafogo abafou uma das novidades nos bastidores do Flamengo, que já planeja reformulação no seu futebol mesmo antes das finais da Copa do Brasil. No vestiário após o clássico, o presidente Rodolfo Landim marcou presença, em movimento que teve início nos últimos dias em busca de um diagnóstico do departamento como um todo, para que mudanças aconteçam até o fim do ano.

O mandatário tomou o poder da pasta e resolveu olhar com os próprios olhos todos os problemas que, normalmente, estouram na troca de treinador. Diferentemente de outros cenários, Sampaoli é auxiliar de Landim nessa varredura. Que visa entender as questões de relacionamento e a falta de comando. Normalmente, os treinadores passam pelo vice de futebol Marcos Braz e pelo diretor Bruno Spindel antes de chegar ao presidente. Com Sampaoli, Landim tem canal direto.

E buscou ampliar esses canais com outros personagens no Ninho do Urubu, onde esteve durante a última semana, inclusive. O presidente conversou com alguns atletas em participar depois de falar a sós com Sampaoli. Em outro momento, assistiu aos treinos da comissão técnica. No sábado, foi para o CT e de lá para o jogo contra o Botafogo no ônibus do time. Ficou no vestiário, participou da roda e no final falou com todos antes da reza.

Apesar do resultado positivo no Nilton Santos, e do discurso inflamado de Sampaoli, o clima para o treinador junto ao elenco ainda não é bom. Por isso, Landim ainda avalia se vai trocar o comando como sempre faz, ou se mudará os jogadores, em reformulação já debatida internamente.

Elenco inflacionado dificulta

O desafio principal é entender como mexer em um elenco caro e com diversos contratos longos. Por isso, os atletas em vias de terminar o vínculo este ano terão os casos analisados primeiro. A renovação é considerada tardia no clube, mas antes tarde do que nunca. Nomes como Rodrigo Caio e Filipe Luis devem encerrar seus ciclos vitoriosos. O Flamengo não abre mão, por outro lado, de Gabigol, Bruno Henrique e Éverton Ribeiro. Gabi é o único com contrato em vigor até o ano que vem e não há pressa para a manutenção. Os outros dois terão a ampliação debatida e ficariam mais um ano, ao menos.

Há ainda uma série de jogadores que não performaram e a diretoria terá que resolver o que fará, já que a maioria veio através de um alto investimento. Casos do atacante Cebolinha, o zagueiro Pablo e o também zagueiro David Luiz. O titular da posição, Fabrício Bruno, deve renovar, apesar de ter recusado a primeira proposta salarial. Justamente por seus pares terem vencimentos elevadíssimos, o jogador exige uma equiparação mínima.

A pedido do técnico Renato Gaúcho, Bruno Henrique foi sondado pelo Grêmio, que sinalizou o interesse e acenou com um salário no patamar do que o jogador recebe no clube carioca. Há sondagens de fora do Brasil, de onde o Flamengo teme ter uma concorrência real. Com a saída de Suarez em 2024, o Grêmio poderia custear os vencimentos de Bruno Henrique, que hoje ganha acima de R$ 1 milhão.

A temporada de incerteza em função de uma grave lesão fez o Flamengo costurar um futuro acordo sem pressa e sem temer concorrentes, em nome da boa relação com o jogador. Agora, Bruno Henrique ganha um trunfo para as negociações. O clube não acredita em leilão e sabe que terá que manter o atleta de 32 anos valorizado pelo que tem apresentado em seu retorno.

No Flamengo, perder Bruno Henrique é visto como algo impensável. Ainda mais para um rival no Brasil. No Grêmio, tirar o jogador do clube mais rico do país também é visto como improvável. Renato Gaúcho sabe da brecha para tentar convencer o atleta pelo lado pessoal, uma vez que ambos têm relação muito boa. Mas até o técnico entende que o cenário é desfavorável.

Retirado de: O Globo