Um ano sem Pelé: a incrível história do ex-massagista do NY Cosmos e seus momentos com o rei do futebol

Pelé defendeu o Cosmos de 1975 até 1977, quando se despediu Getty
Banner Stake

Por: Leonardo Antônio

Charles Martinelli, um nome que talvez não ecoe tanto quanto grandes estrelas do futebol, mas que desempenhou um papel crucial nos bastidores durante a era de ouro do NY Cosmos nos anos 70. Como roupeiro e massagista da equipe, Martinelli viveu de perto a época em que o futebol americano foi revolucionado pela presença de Pelé.

Charles Martinelli, um nome essencial nos bastidores do NY Cosmos durante a década de 70, viveu uma experiência única ao lado de Pelé, o Rei do Futebol. Como roupeiro e massagista do time, Martinelli teve uma proximidade rara com Pelé, que para ele representava muito mais do que um ídolo esportivo.

A chegada de Pelé ao Cosmos foi um momento marcante na vida de Martinelli. Ele recorda: “Eu comecei a montar esse espaço há 45 anos, quando Pelé chegou no Cosmos. Assim que anunciaram a contratação do Rei, comprei uma máquina fotográfica. E tudo que eu vinha capturando nos treinos, nas reuniões, virava material em retratos. E eu tirava fotos novamente, e novamente. E agora temos fotos desde 1971 aqui, quando na verdade começamos a correr atrás do Pelé”. Através de sua lente, Martinelli documentou momentos íntimos e históricos do jogador, acumulando mais de 1600 fotos.

A esposa de Martinelli, Terry, também compartilhou suas memórias de Pelé, destacando sua simplicidade e gentileza. Ela disse: “O Pelé era um dos meus preferidos porque ele tem um nome bonito e curto, fácil. Eu tinha que medir o tamanho de cada camisa, bordar o escudo, o número atrás e tinha que calcular o tamanho de cada nome. E claro que outros jogadores fora o Pelé tinham nomes muito grandes, longos! E com Pelé era mais simples com aquele nome legal e bem curto na camisa. Ele era muito grato a mim e me dava presentes. Como alguém que o conheceu, posso dizer que era um homem maravilhoso, gentil. Minha imagem dele era de alguém assinando muitos autógrafos e reunindo muitas pessoas em torno, principalmente quando jogava. Quando eu olhava essa cena, pensava: Mais pessoas deveriam ser como Pelé e tratar bem a todos em tantas diferentes maneiras”.

No Cosmos, Martinelli era responsável não apenas pelas roupas e massagens, mas também por criar um ambiente confortável para os jogadores. Sobre a dinâmica do vestiário, ele comentou: “Eles três se sentiam tão livres nesse espaço do vestiário que falavam sobre qualquer assunto e eu jamais interferia, até porque aquela não era minha função. Minha missão era deixá-los confortáveis e se sentindo em casa, sem maiores obrigações com ninguém naquele momento. Eles tiravam um tempinho ali, 40 minutos, até uma hora. Eles até bebiam, tomavam café, às vezes uma cerveja, um chá, Carlos Alberto até gostava de fumar seu cigarro, e digo que Pelé e Beckenbauer nunca fumavam. Eles lá relaxavam, longe dos jornalistas e do público. Aquele canto do vestiário era deles”.

O legado de Pelé, tanto no Cosmos quanto no mundo do futebol, é inegável. Sua habilidade de inspirar pessoas, dentro e fora de campo, sua humanidade e talento excepcionais, continuam a ser celebrados, fazendo dele uma lenda eterna do esporte.