Ídolo do Flamengo se envolve em possível esquema de desvio de dinheiro público

Fellype Gabriel, Léo Moura e Diego Souza durante treinamento na Gávea (Foto: Agência Globo)
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A recente auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) trouxe à tona uma série de irregularidades no Instituto Léo Moura Sports (ILM), uma organização não governamental (ONG) ligada ao ex-jogador de futebol Léo Moura. Publicado nesta semana, o relatório detalha uma gama de problemas na gestão da ONG, incluindo a aquisição de materiais esportivos superfaturados, como caneleiras, chuteiras e sacos porta bolas, além da presença de contêineres em estado de corrosão e contratação de empresas fantasmas para serviços diversos.

O relatório da CGU aponta que o sobrepreço nos itens adquiridos e serviços contratados pelo ILM resultou de contratações feitas com valores significativamente acima dos praticados tanto pela Administração Pública quanto pelo mercado de varejo. Essa discrepância sugere a ocorrência de manipulações e falsificações nos orçamentos apresentados pelos fornecedores, além de falhas e omissões por parte do órgão concedente, no caso, o Ministério da Cidadania (MC), na aprovação desses orçamentos e na formalização dos preços contratados.

Entre 2020 e 2022, o ILM recebeu cerca de R$ 45 milhões em repasses da então Secretaria Especial do Esporte. Esses recursos deveriam ser destinados a instituições localizadas no Rio de Janeiro, Amapá, Pará e Acre, através do projeto “Passaporte para a Vitória”. No entanto, o superfaturamento na compra de materiais, locações e serviços alcançou a cifra de R$ 778,9 mil, além de um montante de R$ 1,91 milhão sem a devida comprovação de gastos, o que coloca em xeque a correta aplicação desses recursos.

A Controladoria-Geral da União também evidenciou fragilidades na atuação do Ministério da Cidadania no que tange à celebração e ao acompanhamento das parcerias firmadas com o ILM. A falha no monitoramento dessas parcerias e na garantia da correta aplicação dos recursos públicos reforça a necessidade de mecanismos mais robustos de fiscalização e controle para evitar a repetição de casos semelhantes.

Além das irregularidades encontradas no âmbito do ILM, a auditoria revelou que algumas empresas contratadas pela ONG simplesmente não existiam ou não operavam nos locais indicados nos contratos. Em um episódio paralelo, mas que contribui para o cenário de desconfiança em torno das atividades associadas ao nome de Léo Moura, sua irmã, Lívia Moura, foi presa por estelionato ao vender ingressos falsos para os camarotes da Sapucaí, com várias pessoas denunciando o golpe.

Esse conjunto de eventos coloca em xeque a integridade das operações conduzidas sob a bandeira de instituições vinculadas ao ex-atleta, exigindo uma resposta firme das autoridades competentes para corrigir as falhas e garantir a justiça.