
Na entrevista coletiva após o empate por 1 a 1 diante do Libertad, na terça-feira (14), no Morumbis, Luis Zubeldía revelou detalhes sobre a estreia de Lucca pelo São Paulo e usou uma analogia inusitada para resumir a entrada do jovem de 17 anos: um jogo de truco.
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O técnico argentino afirmou que o atacante foi como uma “última carta”, lançada nos acréscimos da partida válida pela fase de grupos da Libertadores. O garoto marcou o gol que garantiu a classificação antecipada do Tricolor às oitavas de final.
“Vocês sabem jogar truco? Recebemos três cartas. Com o Lucca, a primeira carta não foi usada, a segunda também não. Já na terceira, tiramos ele e ganhamos a última mão. Ele teve duas oportunidades anteriores, mas só na terceira conseguimos vencer”, disse o treinador, ao celebrar o impacto imediato do atleta revelado pelas categorias de base.
Lucca já havia sido relacionado em compromissos anteriores, mas não foi acionado por circunstâncias específicas dos jogos. Segundo Zubeldía, o atacante vinha se destacando em treinos e, após boas atuações, foi considerado uma opção viável.
“Tivemos três treinos recentes, dois regulares e um em campo reduzido, onde ele se saiu muito bem. Isso nos fez perceber que poderíamos utilizá-lo como uma carta em jogo decisivo”, completou.
Apesar do clima de alívio pela vaga garantida, o treinador fez questão de destacar a importância de manter a cautela com os jovens que sobem ao profissional. Em tom de alerta, comparou a euforia gerada ao redor de Lucca à figura de Ribéry, ex-jogador francês, para ilustrar a dimensão das expectativas criadas.
“Hoje ele marca, e amanhã é capa de tudo. É como se fosse o Ribéry. Por isso digo: calma, calma, calma. Quando todo mundo pede os jovens, é preciso lembrar que estamos lidando com garotos”, afirmou o comandante.
Além da classificação, Zubeldía comentou o impacto da expulsão de Alisson no início do confronto e a dificuldade em reorganizar a equipe com um a menos em campo. “A expulsão condicionou demais o jogo. Mesmo assim, tivemos as chances mais claras e mostramos muito coração. Colocamos o Ferraresi para melhorar a bola aérea, já que foi assim que sofremos o gol. Precisávamos ajustar tudo em tempo real.”
Outro ponto abordado foi o desempenho do elenco, que o técnico exaltou como comprometido e solidário. “Esse grupo tem algo extra. Sinto no meu coração que eles nos darão coisas muito bonitas. Há espírito de profissionalismo, união entre os mais experientes e os jovens. Mesmo com adversidades, seguem representando com responsabilidade.”
A respeito das renovações de contrato de promessas, como Lucas Ferreira, o técnico reconheceu o peso das decisões no desenvolvimento desses atletas. “Hoje falamos sobre renovação no meio da temporada, o que não é comum. Imagina a cabeça do garoto com ofertas, prazos e pressão. Isso mexe demais com eles.”
Por fim, o treinador agradeceu o apoio da torcida e projetou os próximos compromissos, com foco no Brasileirão. “Estamos classificados na Libertadores, agora é virar a chave. Temos uma dívida no Campeonato Brasileiro. Contamos com o torcedor, pois precisamos somar pontos. O desafio agora é o Grêmio, no sábado (17), às 21 horas, no Morumbis”.