O abismo financeiro entre clubes brasileiros e europeus continua evidente, principalmente quando se analisa a receita com patrocínios máster e a venda de uniformes. Embora o cenário nacional mostre sinais de crescimento, o contraste ainda é expressivo diante das cifras movimentadas no Velho Continente.
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O Real Madrid se destaca como o clube com maior faturamento nessa categoria, alcançando impressionantes 196 milhões de euros ao fim de 2024, o equivalente a aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Para efeito de comparação, esse montante representa mais de 11% de toda a receita somada dos 20 principais clubes do futebol brasileiro na última temporada, o que ilustra a magnitude da diferença.

Além do clube merengue, outras cinco equipes europeias ultrapassaram a barreira dos 100 milhões de euros em arrecadação: Barcelona, Bayern de Munique, Manchester United e Liverpool figuram entre os maiores nesse quesito. O ranking dos 15 mais bem colocados ainda conta com nomes como Tottenham, Chelsea, Galatasaray, PSG, Manchester City, Juventus, Borussia Dortmund, Fenerbahçe e Milan.
O total arrecadado pelos clubes desse grupo chegou a 1,5 bilhão de euros, o que equivale a cerca de R$ 9,5 bilhões. Esse valor se aproxima das receitas totais — e não apenas com patrocínios — dos 20 principais clubes do Brasil, que somaram quase R$ 11 bilhões. Ou seja, enquanto na Europa os patrocínios máster são um segmento entre tantos, no Brasil ainda representam um pilar importante da estrutura financeira dos clubes.
A realidade, entretanto, mostra que essas receitas com patrocinadores não são as mais relevantes nos grandes centros europeus. As ações de marketing têm ganhado cada vez mais espaço e se consolidaram como fontes expressivas de arrecadação. Entre os 20 clubes que mais faturaram com marketing no continente europeu, 18 superaram os 100 milhões de euros. Apenas Eintracht Frankfurt e Red Bull Leipzig ficaram abaixo dessa marca.
Diante desse cenário, especialistas sugerem caminhos para que o futebol brasileiro possa reduzir esse desnível. Entre as sugestões, estão a adoção de estratégias comerciais mais modernas, a diminuição da quantidade de patrocinadores nos uniformes — o que hoje compromete a identidade visual — e o uso mais eficiente das redes sociais. Apesar do alto engajamento nas plataformas digitais, os clubes do Brasil ainda não conseguem convertê-lo em retorno financeiro consistente.