O meio-campista paraguaio Damián Bobadilla, que atua pelo São Paulo, está sendo formalmente investigado por crime de racismo, após uma acusação feita pelo venezuelano Miguel Navarro, jogador do Talleres. O caso ocorreu durante a partida entre as equipes pela Conmebol Libertadores, na terça-feira (27). Conforme registrado no Boletim de Ocorrência do 34º Distrito Policial do Morumbi, Bobadilla teria proferido a frase “venezuelano morto de fome” contra Navarro, o que, pela legislação brasileira, caracteriza crime de racismo quando relacionado à xenofobia.
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Segundo o relato de Navarro, ele comunicou o árbitro sobre o ocorrido, mas o juiz informou não ter presenciado a ofensa. O documento policial inclui também os depoimentos dos jogadores Lautaro Nahuel Bustos e Marcos Ezequiel Portillo, ambos companheiros de Navarro no Talleres, que confirmaram a ofensa. Além disso, foram ouvidos os policiais militares Wellington Rodrigues dos Santos e Rodrigo Simplício, responsáveis por acompanhar o lateral até a delegacia no estádio.
Apesar da gravidade da acusação, a súmula oficial da partida não registrou o episódio. Bobadilla ainda não se apresentou à Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE) para prestar esclarecimentos formais.
Em uma declaração posterior, o jogador do São Paulo afirmou que foi ofendido antes por Navarro e, então, “acabou reagindo mal”. Ele ainda disse que não teve intenção de discriminar ninguém, justificando sua atitude com o clima quente do jogo. “Nunca tive intenção de discriminar ninguém”, disse Bobadilla, tentando amenizar a repercussão negativa do caso.
O São Paulo, por fim, divulgou nota oficial afirmando que acompanha o processo e que tomará medidas educativas com o atleta. O clube destacou que “repudia veementemente qualquer manifestação de discriminação, preconceito ou intolerância”, evidenciando a gravidade com que trata o episódio, mesmo antes do fim da apuração dos fatos.
