Caso Bobadilla: São Paulo faz pedido à Polícia

Bobadilla pelo São Paulo (Foto: Rubens Chiri/São Paulo)

O São Paulo solicitou à Polícia Civil o adiamento do depoimento de Damián Bobadilla, que deveria ter ocorrido na sexta-feira (30). O volante foi intimado para prestar esclarecimentos à DRADE (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), mas não compareceu, pois viajou com o elenco para enfrentar o Bahia no sábado (31), em Salvador.

A solicitação do clube foi aceita pelo delegado Rodrigo Correa Baptista, e a nova data prevista para o comparecimento do jogador é quarta-feira (11 de junho), após o término da Data Fifa. Bobadilla foi convocado para atuar pela seleção do Paraguai contra Uruguai e Brasil, em compromissos válidos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

O caso teve início na terça-feira anterior, quando o lateral Miguel Navarro, do Talleres, acusou Bobadilla de proferir ofensa xenofóbica durante o confronto pela Copa Libertadores da América no Morumbis. Segundo Navarro, o paraguaio o chamou de “venezuelano morto de fome”. A denúncia foi registrada ainda no estádio, e testemunhas relataram ter ouvido a frase. O árbitro informou não ter presenciado a ofensa.

Conforme o delegado responsável, é fundamental ouvir a versão do atleta são-paulino para confrontá-la com os demais depoimentos e com as imagens solicitadas ao clube. “Esperamos que ele compareça. É importante ouvir o que tem a dizer. Isso faz parte da investigação”, afirmou Rodrigo Baptista.

Além do inquérito conduzido pela polícia, a Conmebol abriu um procedimento disciplinar para apurar o episódio. Se confirmada a ofensa, Bobadilla poderá ser suspenso das competições organizadas pela entidade sul-americana.

Na esfera criminal, o jogador poderá responder por injúria racial, crime tipificado como inafiançável e imprescritível pela legislação brasileira. A pena pode variar entre dois e cinco anos de reclusão, conforme previsto em lei.