A despedida de Thiago Heleno do Athletico foi marcada por forte emoção e críticas à forma como o processo foi conduzido. Após nove anos no clube, o zagueiro não escondeu a frustração com a falta de diálogo na sua saída. “Fiquei chateado pela forma como foi conduzida a situação. Fiz muito pelo clube, tinha que ter sido diferente”, declarou. Segundo ele, não houve sequer uma conversa com o presidente Mario Celso Petraglia, e todo o contato foi intermediado por outros dirigentes.
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Em entrevista, o defensor afirmou que não houve qualquer proposta de redução salarial para continuar no elenco que vai disputar a Série B. “Nenhum dirigente chegou: ‘Thiago, vamos reduzir o salário’. Nunca teve isso”, revelou. Ele ainda comentou que só teve uma reunião formal após um mês do fim da temporada e que esperava mais consideração pela história construída no clube.
Mesmo diante do tratamento que classificou como frio, Thiago Heleno fez questão de ressaltar que não guarda mágoas. “Não sou cara de levar mágoa. Fiz questão de cumprimentar cada funcionário. Por conta de seis meses, não posso tirar as imagens positivas da minha cabeça”, afirmou. Ainda assim, mostrou incômodo por ter sido rotulado como principal culpado pelo rebaixamento em 2024. “Tenho minha parcela, mas me deixa chateado é carregar o rebaixamento nas costas”, desabafou.
A emoção foi inevitável ao lembrar das conquistas pelo Athletico, especialmente a Sul-Americana de 2018. “O melhor momento foi 2018, no título da Sul-Americana (começa a chorar). É uma história, quase 10 anos, são praticamente 20 anos de carreira, metade aqui”, disse entre lágrimas. O zagueiro também destacou o carinho da torcida e a importância do clube na sua trajetória.
Thiago Heleno ainda revelou que o plano original era se aposentar no Athletico e iniciar uma carreira fora das quatro linhas no próprio clube. Contudo, com a rescisão antecipada, esse projeto foi interrompido. “A história terminou como jogador, mas continua como torcedor e, quem sabe, inicia uma nova história em outra função”, pontuou.
Atualmente no Paysandu, onde tem contrato até o fim de 2026, Thiago não descarta um retorno ao Athletico no futuro, mesmo que fora das quatro linhas. Sua despedida, entretanto, expôs cicatrizes abertas e um fim de ciclo que, conforme ele próprio ressaltou, “deveria ter sido diferente”.