Diretor fala de série sobre conquista do Flamengo na Libertadores

A Conmebol lançará nesta terça-feira uma série especial sobre a conquista do Flamengo na Libertadores 2019. O documentário, chamado “A Glória Eterna” e exibido através do Facebook, é dividido em seis episódios, com dois sendo lançados a cada semana.

Em entrevista ao Jornal O Dia, o diretor da série, Ricardo Taves, contou detalhes do material produzido. Confira a entrevista na íntegra abaixo:

Trabalhar na altitude contra San Jose, fora de campo, também incomoda?

“Eu não estive nessa partida, mas já trabalhei em Oruro e em outras cidades altas. Incomoda um pouco, mas dá pra levar tranquilo. E as equipes estão cada vez mais preparadas para a situação. Tanto que o Flamengo foi lá e ganhou.”

Não é muito falado, mas o pênalti do Diego Alves antes do intervalo contra a LDU foi muito importante. Lembra como foi esse momento nos bastidores?

“A gente coloca esse lance na série, no primeiro episódio. O Flamengo passou por várias provações durante a CONMEBOL Libertadores e essa foi uma delas. Foram coisas importantes para construir o caminho do time, ainda mais contra a LDU, que é um adversário duro. Nesse dia tínhamos uma câmera dentro do campo gravando, foi um dos primeiros materiais da série. É especial para a nossa produção.”

Na derrota para o Penarol, você crê que passou um filme na cabeça das pessoas envolvidas ou seguiu a confiança?

“Eu acho que sim. E nós falamos disso, é uma gangorra. Sobe e desce. O mesmo Maracanã que entregou a derrota para o Peñarol trouxe o 6-1 contra o San José. Quando tudo parecia perfeito, a última rodada ainda podia eliminar o time. Até então o Flamengo tinha três confrontos contra o Peñarol na história da competição e três derrotas. Conseguiu o empate, classificou e deixou o primeiro pesadelo pra trás.”

E no empate que garantiu a classificação no Uruguai. A expulsão do Pará. Toda aquela tensão… Como foi?

“É como contei antes, foi vencer um trauma. O momento do time era delicado, o Peñarol é uma equipe super tradicional e o histórico todo jogava contra. O alívio veio, mas foi momentâneo. As oitavas reservavam emoção.”

Reação pós-derrota pro Emelec.

“Ali acho que todos viveram a eliminação de perto. Foi consenso em todas as nossas entrevistas que a eliminatória contra o Emelec foi o ponto de virada. Todos sentiram medo, foi uma derrota difícil. 2-0 é um placar terrível para reverter.”

Festa da torcida no Maracanã contra Emelec.

“É o primeiro grande clímax da série, a catarse após os pênaltis, o alívio por chegar às quartas de final. Jesus declara na série que mudou o ponto de vista dele sobre a competição. Bruno Henrique garante que ali mudou o patamar da equipe. É um ponto de virada.”

Duelo contra o Grêmio.

“É o episódio mais longo da série, até pela tensão dos jogos e o placar elástico no segundo jogo. Foi realmente histórico, uma goleada e contra uma equipe tradicionalíssima. Mostrou todo o potencial daquele campeão que se construía jogo a jogo. Temos muitos detalhes, uma imagem emblemática antes do primeiro jogo entre Jesus e um torcedor gremista.” 

Final. Teve alguma coisa que não pode estar no documentário por algum motivo, mas que queria que estivesse e que possa contar?

“Acho que não. Eu queria ter mais câmeras apontadas para o lugar certo, mas é impossível prever um jogo de futebol e temos que estar de olho em tudo. Nossa captação foi muito feliz. A final está dividida em três episódios: no 4 vivemos o pré-jogo, no 5 falamos do River Plate e no último vem a redenção rubro-negra. Estávamos no Maracanã também e esse contraste é muito legal. Se eu pudesse escolher qualquer coisa queria que o Gabigol tivesse corrido para o outro lado na comemoração, que eu teria uma imagem ainda melhor (risos). Entendi que encontramos o tom e o torcedor do Flamengo guardará ainda mais na memória.”

Retirado de: O Dia