Em coletiva após despedida do Flamengo, Filipe Luís é sincero ao falar do “vexame” no Mundial de Clubes da FIFA

Flamengo enfrenta o Al Hilal no Mundial de Clubes (Foto: Khaled DESOUKI/AFP)

Filipe Luís encerrou sua carreira no último domingo (03), com uma vitória do Flamengo sobre o Cuiabá na 37ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após o jogo, o ex-lateral expressou seu desejo de se tornar treinador e abordou o polêmico tema das longas férias antes do Mundial de Clubes.

O Flamengo teve um período de férias de 14 de novembro a 26 de dezembro de 2022, o que levantou críticas da torcida, apontando esse intervalo como causa do desempenho ruim no Mundial. Filipe Luís, contudo, não vê relação entre as férias e a performance da equipe, comparando a situação com o futebol europeu.

“Sobre as férias, posso dizer por experiência própria. Retornei da Copa do Mundo em 2018 e, em duas semanas, enfrentamos o Real Madrid na final da Supercopa da Europa. Lucas Hernández e Griezmann tiveram apenas três dias de treinamento e jogaram. Então, o tempo de férias nem sempre é determinante. O importante é o que você faz nas férias. Atualmente, a pré-temporada europeia se tornou comercial. Times como Real Madrid e Manchester United viajam para os Estados Unidos e China, fazendo muitos jogos sem treinamentos adequados,” explicou.

Ele adicionou que a preparação do Flamengo poderia ter sido mais extensa se Vitor Pereira, o técnico contratado, estivesse disponível em 2022, mas seu vínculo com o clube anterior o impedia. Filipe Luís também destacou que nunca realizou uma pré-temporada de um mês, como ocorreu no Flamengo.

“Se o clube tem a possibilidade de treinar, ótimo. Nossa apresentação foi em 26 de dezembro, e até o Mundial, tivemos cerca de um mês. Nunca fiz uma pré-temporada tão longa na Europa. As mais intensas duravam duas semanas. Não vejo as férias como culpadas. Vitor Pereira só pôde se apresentar em janeiro e não tinha como dar treinos antes,” disse.

Filipe Luís aponta os culpados por fraca campanha no Mundial de Clubes 

Filipe Luís ressaltou que a condição física não foi um problema para o Flamengo no Mundial e atribuiu a responsabilidade pela campanha fraca aos jogadores e à comissão técnica de Vitor Pereira. Ele reconheceu a dificuldade da missão do treinador, especialmente após a perda da Supercopa, e valorizou o aprendizado com a experiência.

“A responsabilidade pelo que aconteceu é nossa, dos jogadores, da comissão técnica e do Vitor Pereira. Não podemos atribuir a culpa à condição física. O desafio de um treinador novo, com quatro finais logo no início, foi uma oportunidade de aprendizado. Eu aprendi muito com os treinadores que passaram pelo Flamengo. Contudo, na minha opinião de jogador, o tempo de treinamento não foi um fator decisivo,” concluiu.