Ídolo da Inglaterra é sincero ao falar sobre Vinícius Júnior

Vinícius Júnior comemora gol marcado contra o Barcelona (Foto: Reprodução/Real Madrid)

A solidariedade de Rio Ferdinand a Vinícius Júnior e a crítica contundente à postura da La Liga em relação ao racismo nos estádios espanhóis trouxeram à tona um debate crucial sobre o papel das autoridades no combate a essa questão no futebol. O ex-jogador e ídolo do Manchester United e da Seleção Inglesa expressou seu apoio ao craque brasileiro em suas redes sociais, destacando a necessidade urgente de mudanças no topo da hierarquia do futebol espanhol.

Ferdinand questionou abertamente se a Espanha é um país racista e lamentou o fato de que ataques racistas nos estádios parecem ser tolerados pelas autoridades. Sua crítica foi direcionada ao presidente da La Liga, Javier Tebas, cujas declarações na temporada passada também foram alvo de reprovação. O ex-jogador ressaltou a importância de punições mais severas e a necessidade de uma postura mais firme por parte das organizações responsáveis.

A Espanha é um país racista? Eu não sei, pois não moro lá para saber ou vivenciar essa experiência. Mas sei que existe racismo nos estádios lá e parece ser aceito pelas autoridades por algum motivo? Ver um jovem desabar em uma entrevista coletiva como Vinicius Júnior é de cortar o coração. Ouvir Javier Tebas (presidente da LaLiga) falando besteiras na última temporada me diz que precisa haver grandes mudanças nas convicções das grandes organizações! — disse Ferdinand.

Vinícius Júnior e Rio Ferdinand (Imagem: Editoria de arte/Gávea News/Henrique Machado)

Enquanto isso, Vinícius Júnior não conteve as lágrimas em uma coletiva de imprensa em Madri, onde desabafou sobre o impacto emocional dos ataques racistas que enfrenta regularmente. O jogador, mesmo reconhecendo a necessidade de evolução em seu jogo, destacou a falta de ações efetivas por parte das autoridades e apelou por uma mudança significativa na abordagem do problema.

Temos que falar menos de tudo que faço de errado dentro de campo. Claro que tenho que evoluir, melhorar, mas tenho apenas 23 anos e é um processo natural, porque saí muito novo do Brasil e não tive tempo para aprender muitas coisas. Tô estudando, então por qual motivo eles, os repórteres daqui da Espanha que são mais velhos que eu, não podem estudar, não podem ver o que realmente está acontecendo, que eu estou cada vez mais triste, cada vez eu tenho menos vontade de jogar — disse Vinícius Júnior.

O desabafo de Vinícius Jr. revela não apenas o sofrimento pessoal causado pelo racismo, mas também o impacto negativo que isso tem em seu desempenho e motivação como jogador. Seus apelos por mais empatia e compreensão por parte da imprensa e da sociedade espanhola ressaltam a urgência de uma resposta mais enérgica e solidária diante desse desafio.