Tem vaga? Melhor lateral da Turquia revela que voltaria ao Brasil para jogar no Flamengo

Escudo do Flamengo é exposto próximo a um dos gols, no gramado do Maracanã (Foto: Daniel Castelo Branco)

Junior Caiçara é um dos grandes destaques do Istanbul Basaksehir. Melhor lateral-esquerdo da Turquia nas últimas temporadas, o brasileiro tem sonhado com uma convocação para a Seleção de Tite. Mas, quando o assunto é um retorno a seu país natal, o desejo é outro. Ainda assim, um clube possui a preferência no coração do jogador.

“A verdade é que eu não quero voltar hoje. Eu estou bem aqui, minha família está bem na Turquia, as coisas estão funcionando corretamente. E eu não tenho essa vontade enorme de voltar para o Brasil. Mas, pelo que eu vejo do futebol brasileiro, hoje, o clube que eu gostaria de jogar é o Flamengo. É óbvio”, disse o jogador.

“Qualquer jogador, hoje, gostaria de voltar para o Brasil e jogar por um grande clube como o Flamengo. Por ser um clube que está conquistando muitos títulos, pelo treinador que tem, pela estrutura, pelo que as pessoas estão falando. Então, seria o Flamengo, a minha preferência, hoje”, completou.

Atualmente, para a lateral-esquerda, o técnico Jorge Jesus conta em seu elenco com o titular Filipe Luís e seu reserva Renê. O clube planeja contratar para o plantel mais uma opção para o lado direito da defesa.

Confira a entrevista completa abaixo:

O time eliminou Borussia Mönchengladbach e Sporting. Você acha que o Istanbul pode surpreender e ir longe na competição? Como estão as expectativas dentro do elenco?

“Sim, eliminamos todas essas grandes equipes. Surpreendemos bastante, já chegamos bem longe na competição. No meu ponto de vista, a gente pegou um adversário compatível ao nosso time. Estamos felizes com o adversário que vamos pegar, acredito que eles também estão felizes que vão pegar nossa equipe. E esperamos passar novamente e surpreender”

como foi a reação da torcida à virada sobre o Sporting? Existia muita expectativa? Como foram as celebrações?

“Expectativa é a melhor possível agora. Depois de chegar nas Oitavas, a gente mostra que tem qualidade para enfrentar qualquer time. Eliminamos o Borussia, estávamos no grupo da Roma, passamos em primeiro na fase de grupos, agora eliminamos o Sporting. Então, a expectativa é a melhor possível. Depois desse jogo, as comemorações, se não foram tão grandes por conta do ataque aos soldados turcos. Então, a gente teve que evitar um pouco as comemorações. Mas é claro que todo mundo estava feliz, uma classificação importante, a torcida vibrou, o elenco vibrou. Mas tivemos que conter um pouco por conta dos acidentes”

O Istanbul vive boa fase também no Campeonato Turco, com a liderança do torneio. Qual é o principal objetivo na temporada? O título nacional ou a Europa League?

“Sem sombra de dúvidas, o título nacional é o mais importante para a gente. É aquilo que vai garantir o próximo ano, os objetivos do próximo ano. Se a gente é campeão esse ano, a gente se garante na Champions League direto nos grupos. Caso não venha a acontecer o título, a gente vai para as pré-eliminatórias para se classificar na Europa League novamente. Então, claro que o campeonato nacional é o mais importante para a gente. Claro que, também, a Europa League depois de a gente chegar nas Oitavas de final se torna mais importante. Mas o objetivo final é o Campeonato Turco”

Robinho é um dos nomes mais conhecidos da equipe. Como é a convivência com ele no dia-a-dia? Ele comenta com você sobre os rumores de ida ao Santos? Acha que essa possibilidade é real?

“Robinho é um nome importante do nosso time, já passou por grandes clubes. Jogador de vestiário, meu amigo. Convivência é a melhor possível, a gente é vizinho. Um cara bacana. E a gente sempre conversa, ele fala sobre o Santos. Mas a realidade é que o Santos tem uma dívida com ele, que, inclusive, ele nunca colocou na Justiça para não causar nenhum mal-entendido da torcida, que ele é um cara mercenário, que quer pegar o dinheiro do Santos ou algo do tipo. Ele sempre deixou claro, a dívida tem que ser paga, mas ele acha que a melhor forma é conversando. Caso isso seja feito, acho que tem uma chance muito grande de ele voltar para o Santos na próxima janela. Caso contrário, eu não sei, acho difícil. O valor que o Santos está devendo para ele é de salário, que ficou a ser pago. Mas ele tem o desejo. O Santos é a casa dele, sempre foi. Sempre que ele passou por lá, foi feliz. Caso as coisas ocorram bem, tem uma grande possibilidade de ele voltar para o Santos”

Você teve uma passagem relativamente curta pelo Schalke 04. O quanto essa experiência foi benéfica para sua carreira? Houve alguma comparação com Rafinha, pela passagem que ele teve no clube?

“Tive uma passagem curta, de um ano e meio. Uma experiência muito grande na minha carreira. Jogar em um grande clube, de grande torcida, de expressão na Alemanha. Apesar de ter sido pouco tempo, foi de bom proveito. Ganhei experiência, ganhei casca. O Rafinha já tinha jogado lá antes de mim, o pessoal me comparou bastante com ele. Inclusive, ele passou rápido também pelo Schalke. Então, acho que foi uma experiência positiva para mim, na minha carreira, acrescentou bastante. Me deixou, futebolisticamente falando, mais conhecido para o cenário do futebol. Só tenho a agradecer ao Schalke 04”.

Atualmente, muito se discute no futebol brasileiro sobre os técnicos estrangeiros, muito por conta do recente sucesso de Jorge Jesus e Sampaoli. Você vê muitas diferenças nos métodos aplicados por brasileiros e estrangeiros? Pensa que está na hora de abrirmos mais as portas para treinadores de fora?

“Tenho acompanhado o trabalho do Jorge Jesus, do Sampaoli no Santos, agora assinou com o Atlético-MG, acredito que ele vá fazer um ótimo trabalho lá. São treinadores campeões por onde passaram, tem uma história por trás dessas pessoas, são treinadores experientes. Não acredito que o modo de trabalhar, treino, tático, não seja muito diferente do treinador brasileiro. Mas acredito que a obediência tática para os jogadores que trabalham com esses treinadores está sendo bem nítida para quem vê esses times jogando. Acho que eles puxam bem mais nessa parte. Eles fazem com que o jogador obedeça ao seu sistema e acaba que se torna um grande trabalho. No caso do treinador e no do jogador, é claro. E não tenho nada contra se o Brasileirão tiver mais treinadores estrangeiros. Acho que não tem por que não. Claro que tem treinadores bons no Brasil, tem que valorizar, mas não vejo problema”

Retirado de: Fox Sports