Além de Gerson, Flamengo terá que vender mais jogadores

Gerson em ação pelo Flamengo na partida contra o Independiente del Valle pela Copa Libertadores de 2020 (Foto Alexandre Vidal/Flamengo)

A venda de Gerson deu um bom fôlego, mas ainda não resolveu todos os problemas do caixa do Flamengo para 2021.

Se a reposição ao Coringa é uma pendência técnica evidente no elenco, a diretoria ainda se preocupa com o orçamento e a exigência é por mais R$ 90 milhões em saídas de jogadores para cumprir a meta anual. Se equilibrar entre essa necessidade e a busca por reforços é um dos desafios para o Flamengo no segundo semestre.

Gerson está coma seleção olímpica na Sérvia, onde assinou contrato com o Olympique (Foto: Ricardo Nogueira/CBF)

A negociação com o Olympique de Marselha, concretizada na última sexta-feira, garantirá aos cofres rubro-negros 25 milhões de euros (cerca de R$ 155 mi), além de aditivos que dependem da performance do volante na França. Deste montante, no entanto, apenas 5 mi de euros (R$ 31 mi), referente à primeira parcela, serão contabilizados no orçamento de 2021. Insuficiente para meta de R$ 168 mi prevista para venda de jogadores.

Negociações em 2021

  • Yuri César + Lincoln (janela de janeiro) – R$ 42 mi de reais
  • Thuler – R$ 1.5 mi (empréstimo ao Montpellier)
  • Natan – R$ 5 mi (empréstimo ao Bragantino)
  • Gerson – R$ 31 mi (1ª parcela)
  • Total – R$ 79,5 mi
  • Meta – R$ 168 mi

O valor, que no início do ano era de R$ 142 mi, foi readequado em março, diante da confirmação de que o público não voltaria aos estádios tão cedo. Desta maneira, o Flamengo chega a junho com R$ 79,5 mi arrecadados com as negociações de Gerson, Natan, Thuler, Yuri César e Lincoln.

Zagueiro Thuler em ação pelo Flamengo (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

É bom pontuar que a previsão de orçamento contempla novas vendas no decorrer da temporada para aumento de receita, já descontando parcelas pendentes de negociações como de Lucas Paquetá, Reinier, entre outros.

O Flamengo organiza as suas contas de duas maneiras diferentes: os valores da competência de 2021 e o fluxo de caixa, que representa as entradas e saídas de dinheiro na prática. No orçamento rubro-negro para 2021, o clube conta com R$ 168 milhões em novas transferências. Este valor foi superado pelas vendas de Lincoln, Yuri César e Gerson na teoria.

Negociações encaminhadas para o segundo semestre

  • R$ 9.2 mi por 20% de Vinícius Souza ao Lommel SK (Bélgica)
  • R$ 9.2 mi por 50% de Vitor Gabriel ao Braga (Portugal)
  • R$ 20,6 mi por 66% de Rodrigo Muniz ao Genk (Bélgica)
  • Total: R$ 40,6 mi *Valores na cotação atual

Do ponto de vista prático, no entanto, ainda precisam ser encontrados valores para fechar as contas. Isso acontece porque, apesar de o valor do Gerson ser muito alto, ele será recebido em parcelas ao longo de quatro anos.

Apesar de o valor assustar, o Flamengo acredita ser viável levantar os R$ 90 milhões na janela do meio do ano. Quase metade tem boas chances de sair das negociações envolvendo pratas da casa que já se foram ou estão com negociações bem adiantadas: casos de Vinicius Souza, Vitor Gabriel e Rodrigo Muniz.

Vinicius Souza com a camisa do Lommel SK, da Bélgica (Foto: Divulgação)

Vinição foi eleito um dos melhores jogadores do último Campeonato Belga da Segunda Divisão, pelo Lommel SK. O clube pertence ao Grupo City e tem até o fim de julho para pagar 1.5 mi de euros (R$ 9.2 mi) por 20% que ainda pertencem ao Flamengo, o que é uma tendência.

O valor é o mesmo que o Braga, de Portugal, já sinalizou ter desejo de pagar para comprar 50% dos direitos econômicos de Vitor Gabriel. O atacante está emprestado desde o início de janeiro de 2020 e teve boa participação pelo time B, com 11 gols em 26 partidas na temporada.

Por fim, o Flamengo tem negociações avançadas com o Genk, da Bélgica, para vender Rodrigo Muniz. O clube já aceitou a proposta de 5 milhões de euros (R$ 31 mi) mais 20% de uma venda futura e aguarda somente os belgas se acertarem com o atacante para confirmar a transação.

O Flamengo ficará com dois terços deste montante (R$ 20,6 mi) como foi combinado com o Desportivo Brasil. Os paulistas são donos de 50% dos direitos do atacante, mas cederam para que o acordo seja concluído. Caso a perspectiva se confirme, será um total de quase mais R$ 40 mi na cotação atual.

Rodrigo Muniz comemora seu gol na vitória do Flamengo sobre o Botafogo (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)

Há ainda a expectativa de que jogadores do time principal sejam assediados. É a situação de Everton Ribeiro, que foi procurado pelo Al Nassr, dos Emirados Árabes, em janeiro e tem a sinalização de uma nova investida para a janela que abre em 12 de agosto na liga local.

O Flamengo que calcula pontos e saldo de gols nas disputas pelo Brasileirão, pela Libertadores e pela Copa do Brasil, também usa a matemática fora de campo.

Retirado de: Globo Esporte